Até
onde vai o limite do fato político e do fato histórico e daí para um fato
meramente jornalístico,é uma tarefa muito difícil para o analista,mas é preciso
fazê-la afim de evitar certas ilusões ma
busca de determinadas informações.
A
tendência da mídia é sempre supervalorizar o que ocorre no cenário político
nacional ou internacional porque isto repercute nela própria.Ainda me lembro da
emoção de Eron Domingues em transmitir a renúncia de Nixon,segundo ele o ápice
de sua carreira jornalística.Só que esta emoção o levou à morte dois dias
depois...E o fato não é tão importante assim...
Há
uma supervalorização daquilo que se considera um fato histórico,por várias
razões,entre as quais a que eu disse,mas
existem outras.Na época da Guerra-Fria todo mundo achava que alguma coisa de
novo e cataclísmica iria se dar e qualquer episódio gerava as reações
exemplificadas acima.
Nós
vivemos ainda na Guerra-Fria.No próximo artigo eu vou tratar disto.Aqui no
Brasil o fantasma de 64.Internacionalmente EUA,Alemanha e Rússia protagonizam
uma “ nova” luta pela hegemonia ,semelhantemente à II Guerra Mundial.
Tem-se
a impressão de que o mundo jornalístico gosta deste período,porque está sempre
tentando dar uma visão consentânea com ele,embora o tenhamos ,supostamente superado.Mas o pior é que há um certo motivo
objetivo,factual ,para isto.
Explico:pelo
fato de estarmos ainda na guerra-fria,ou,pelo menos,sendo influenciados por
alguns dos seus elementos,não quer dizer que acontecimentos políticos estejam
no mesmo diapasão.
Este
é o caso deste ataque de Trump e aliados na Síria.As bases do problema sírio já
foram colocados por mim em outros artigos passados e eu só vou relembrar aqui:quando
o povo sírio quis seguir a primavera árabe o ditador Assad,apoiado
(tradicionalmente)pela Rússia,impôs uma imensa repressão que dividiu o país.O
estado islâmico se aproveitou desta divisão e da perda pelo governo de parte do
território para se fixar.Ponto.
Mas
ao recrudescer a crise a discussão foi semelhante àquela que precedeu a invasão
da antiga Iugoslávia:quem deveria invadir,por “ motivos humanitários”,era a ONU
ou os Estados Unidos?Nos anos 90,no governo Clinton,ninguém teve dificuldade em
responder a esta pergunta,porque os Estados Unidos o fizeram sem problemas.
Agora,outra
pergunta se põe igual,como se fez no inicio desta crise:a ONU ou os Estados
Unidos.Ninguém quis se imiscuir no problema,porque não havia vantagens
políticas,ou seja,hegemonia dos Estados Unidos.
E
como efeito desta omissão dos Estados Unidos de Obama(antes de tudo um
americano)e da ONU,as coisas estão como estão.
Mas porquê Trump invadiu?Porque agora o problema da hegemonia nacional americana está posta por seu governo nacionalista e exclusivista.Para confrontara a Rússia e marcar um papel mais autoritário do país,Trump o faz.
Mas porquê Trump invadiu?Porque agora o problema da hegemonia nacional americana está posta por seu governo nacionalista e exclusivista.Para confrontara a Rússia e marcar um papel mais autoritário do país,Trump o faz.
A
França e o Reino Unido estão enfraquecidos diante da Alemanha e da Rússia e por
isso apóiam Trump.
E
porquê a Rússia não reage?Porque o
essencial para o governo de Putin,bem como de Teresa May ,Macron e o próprio
Trump,é manter a escalada armamentista da guerra,porque os cartéis da guerra,os
vendedores de armas são os sustentadores de Putin,bem como do republicanismo de
Trump.
Com
a eleição de Trump,acabou a Comunidade Européia e voltou o “ concerto
hegemônico das nações”.Tudo está no seu lugar,” não”há motivo de escândalo.
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