domingo, 15 de abril de 2018

Trump,Siria,Putin e a hipocrisia geral


Até onde vai o limite do fato político e do fato histórico e daí para um fato meramente jornalístico,é uma tarefa muito difícil para o analista,mas é preciso fazê-la  afim de evitar certas ilusões ma busca de determinadas informações.
A tendência da mídia é sempre supervalorizar o que ocorre no cenário político nacional ou internacional porque isto repercute nela própria.Ainda me lembro da emoção de Eron Domingues em transmitir a renúncia de Nixon,segundo ele o ápice de sua carreira jornalística.Só que esta emoção o levou à morte dois dias depois...E o fato não é tão importante assim...
Há uma supervalorização daquilo que se considera um fato histórico,por várias razões,entre as quais  a que eu disse,mas existem outras.Na época da Guerra-Fria todo mundo achava que alguma coisa de novo e cataclísmica iria se dar e qualquer episódio gerava as reações exemplificadas acima.
Nós vivemos ainda na Guerra-Fria.No próximo artigo eu vou tratar disto.Aqui no Brasil o fantasma de 64.Internacionalmente EUA,Alemanha e Rússia protagonizam uma “ nova” luta pela hegemonia ,semelhantemente à II Guerra Mundial.
Tem-se a impressão de que o mundo jornalístico gosta deste período,porque está sempre tentando dar uma visão consentânea com ele,embora o tenhamos ,supostamente  superado.Mas o pior é que há um certo motivo objetivo,factual ,para isto.
Explico:pelo fato de estarmos ainda na guerra-fria,ou,pelo menos,sendo influenciados por alguns dos seus elementos,não quer dizer que acontecimentos políticos estejam no mesmo diapasão.
Este é o caso deste ataque de Trump e aliados na Síria.As bases do problema sírio já foram colocados por mim em outros artigos passados e eu só vou relembrar aqui:quando o povo sírio quis seguir a primavera árabe o ditador Assad,apoiado (tradicionalmente)pela Rússia,impôs uma imensa repressão que dividiu o país.O estado islâmico se aproveitou desta divisão e da perda pelo governo de parte do território para se fixar.Ponto.
Mas ao recrudescer a crise a discussão foi semelhante àquela que precedeu a invasão da antiga Iugoslávia:quem deveria invadir,por “ motivos humanitários”,era a ONU ou os Estados Unidos?Nos anos 90,no governo Clinton,ninguém teve dificuldade em responder a esta pergunta,porque os Estados Unidos o fizeram sem problemas.
Agora,outra pergunta se põe igual,como se fez no inicio desta crise:a ONU ou os Estados Unidos.Ninguém quis se imiscuir no problema,porque não havia vantagens políticas,ou seja,hegemonia dos Estados Unidos.
E como efeito desta omissão dos Estados Unidos de Obama(antes de tudo um americano)e da ONU,as coisas estão como estão.
Mas porquê Trump invadiu?Porque agora o problema da hegemonia nacional americana está posta por seu governo nacionalista e exclusivista.Para confrontara a Rússia e marcar um papel mais autoritário do país,Trump o faz.
A França e o Reino Unido estão enfraquecidos diante da Alemanha e da Rússia e por isso apóiam Trump.
E porquê a Rússia não reage?Porque  o essencial para o governo de Putin,bem como de Teresa May ,Macron e o próprio Trump,é manter a escalada armamentista da guerra,porque os cartéis da guerra,os vendedores de armas são os sustentadores de Putin,bem como do republicanismo de Trump.
Com a eleição de Trump,acabou a Comunidade Européia e voltou o “ concerto hegemônico das nações”.Tudo está no seu lugar,” não”há motivo de escândalo.

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