Quando
era professor em Friburgo me converti,após assistir a uma palestra de um desembargador,ao “
abolicionismo” das prisões.Por este conceito entende-se a supressão das prisões
que foram criadas para a sociedade jogar para debaixo do tapete aquilo que é
responsabilidade dela:ajudar as pessoas que nascem em condições sociais
adversas.Depois desta “ jogada por debaixo do tapete” a sociedade faz da prisão
,da pura punição, um negócio e política,às vezes,e não raro,inter-relacionados.
A
prisão ,em seus propósitos,foi analisada por Foucault,pelo menos na
contemporaneidade,na qual a problemática dos direitos humanos é posta em
evidência e contraposta ao sistema carcerário.
Setores
que lucram com a guerra,lucram com as prisões.Quanto mais presos ,quanto mais
bandidos, mais necessária é a segurança,mais “ necessário” é vender armas e
sistemas de proteção para a “ boa sociedade” descansar em paz.
Está
mais do que provado que a sociedade humana,como disse Foucault,abandonou o projeto
de direitos humanos,cuja base está na solução definitiva da questão social,que
continua.”O Homem morreu” disse,uma
vez,Foucault,querendo significar que o projeto de direitos humanos do século
XVIII foi deixado de lado e é verdade.
Ninguém
mais se importa com a questão social?Isto não é verdade,ainda há setores de
esquerda que lutam,mas o projeto universal sofre abalos sísmicos profundos.
Eu,por
meu lado,entendo,seguindo o projeto,que a punição não adianta nada.Não nego o
direito de quem é vítima de crime de querer que o seu ofensor seja punido,mas
acima de tudo a obrigação da sociedade de
reconhecer a relação entre miséria ,exclusão e crime e ,a partir daí,procurar
soluções sociais,é claríssima e uma exigência incontrastável.
Por
mim,corruptos,colarinhos brancos ,como Lula,não ficariam tanto tempo na prisão.Seguindo
um pensamento de Evandro Lins e Silva,bastava devolver o produto do roubo e
educar a pessoa(educar Lula[e os políticos]).
Nos
dias atuais,sei que esta afirmação causará escândalo,porque o colarinho branco
não vai para a cadeia,enquanto o faminto sim.Se a sociedade brasileira
tivesse,como devia,alcançado um nível de compreensão quanto à natureza do crime
,tal proposição era (e é) a melhor.
Se
fosse assim a pura entrega do produto do roubo por Lula e os outros políticos
seria suficiente para pô-los no limbo,pelo menos por alguns anos, ou afastá-los
de vez do cenário.
O
problema é que a justiça não tem a confiança do povo,os políticos também e a
população acaba justificando os seus “ pequenos” delitos por causa da falta de
exemplos edificantes e o círculo vicioso continua.
Mas
por mim Lula devolvia tudo e voltava para casa para ver a política pela
televisão.
A matéria lembrando Facault, é notória.
ResponderExcluirConcluir citando Condenado apenas com a devolução.Isso é justo.?
conforme eu disse não é deixar de punir,mas definir outro modos de punir.é mais eficiente impedir o político de se candidatar.torná-lo pobre,obrigá-lo a trabalhar a devolver o produto do crime com juros,através de penhora.isto é punir também.certos homicidios eu admito prisão perpétua,com possibilidade de revisão.não se trata de deixar pra lá mas intervir de modo diferente.
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