Eu
fiz um aconselhamento à Marina aqui no blog,acho que ano passado(não sei se ela
viu),sobre a necessidade de lançar o seu programa à presidência da república.Há
alguns dias lembrei os meus argumentos.
Eu
tinha feito uma reflexão sobre os erros do Presidente Jango:Jango só conseguiu
recuperar o seu status de Presidente ,no presidencialismo,porque aceitou a
imposição da direita de colocar os ministros dela na área econômica,o que era
um entrave para o seu programa trabalhista.E disse eu que a chance que ele
tinha de evitar a crise que o tirou ilegitimamente do poder era evitar os
extremismos e se escudar nos trabalhistas
moderados.Se tivesse se reforçado desta maneira poderia ,aos poucos,tranqüilizando
os militares,fazer uma reforma
ministerial a seu favor e terminar o seu governo.
Mas
não foi só isto o que eu disse.Lembrei que Celso Furtado,ministro de Jango,em
certa ocasião,o aconselhou a lançar a
sua sucessão o mais rapidamente
possível,porque assim ,ajudando na continuidade democrática,demoveria os
propósitos golpistas de quem se sentia ameaçado.Jango respondeu,segundo
Furtado,que sim,mas que “ não admitiria” ser sucedido por Lacerda o “ assassino do dr. Getúlio”,o
que desandou com as boas intenções do economista.
Não
sei se isto é uma consequencia da derrota de Jango,mas nenhum presidente foi tão
aconselhado a fazer isto ou aquilo.Parece haver na atitude democrática de Jango
um certo democratismo,de ouvir demais a todos e acabar perdendo a sua identidade e
autoridade.
Nos
dias atuais,que eu considero,como já disse também, o período de “ farsa” na
história,em face da repetição dos elementos que levaram ao golpe de 64,problemas
semelhantes se apresentam diante do cidadão e do analista,principalmente no
segundo caso.
Eu
falei que era imprescindível que os candidatos à presidência não agissem dentro
da perspectiva pragmática costumeira das eleições porque vivemos um tempo “
especial” e perigoso.Isto porque os interesses legítimos de pessoas que querem
propor algo para o futuro do país,podem certamente fazer um peso em prol da
continuidade democrática.Não só Marina fez o certo,os outros também devem
segui-la.
Marta
Suplicy na TV Senado,falando sobre Marielle ,preconizou acertadamente que os
candidatos deverão ser responsáveis ao máximo,mostrando os seus programas sem
provocações ,porque qualquer agitação será motivo de uma “ solução”
autoritária.
Porque
até agora nenhum suspeito sequer foi encontrado no caso Marielle?Porque quem
fez espera a repercussão para justificar esta “ saída” e todo mundo sabe quem
é.É o segredo de Polichinelo.
Houve
uma morte de um defensor de direitos da comunidade de Duque de Caxias,ontem,dia
9 de Abril,que ninguém sabe até agora se tem ou não tem ligação com
Marielle.Uma hora tem outra não.
Este
“ segundo” lançamento da candidatura de Marina é o certo,é uma atitude
democrática corretíssima de luta para evitar um golpe.E Marina é quem mais se
aproxima do perfil de um presidente para esta época,assunto para o próximo
artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário