segunda-feira, 9 de abril de 2018

Marina fez o certo


Eu fiz um aconselhamento à Marina aqui no blog,acho que ano passado(não sei se ela viu),sobre a necessidade de lançar o seu programa à presidência da república.Há alguns dias lembrei os meus argumentos.
Eu tinha feito uma reflexão sobre os erros do Presidente Jango:Jango só conseguiu recuperar o seu status de Presidente ,no presidencialismo,porque aceitou a imposição da direita de colocar os ministros dela na área econômica,o que era um entrave para o seu programa trabalhista.E disse eu que a chance que ele tinha de evitar a crise que o tirou ilegitimamente do poder era evitar os extremismos e  se escudar nos trabalhistas moderados.Se tivesse se reforçado desta maneira poderia ,aos poucos,tranqüilizando  os militares,fazer uma reforma ministerial a seu favor e terminar o seu governo.
Mas não foi só isto o que eu disse.Lembrei que Celso Furtado,ministro de Jango,em certa ocasião,o aconselhou  a lançar a sua  sucessão o mais rapidamente possível,porque assim ,ajudando na continuidade democrática,demoveria os propósitos golpistas de quem se sentia ameaçado.Jango respondeu,segundo Furtado,que sim,mas que “ não admitiria” ser sucedido  por Lacerda o “ assassino do dr. Getúlio”,o que desandou com as boas intenções do economista.
Não sei se isto é uma consequencia da derrota de Jango,mas nenhum presidente foi tão aconselhado a fazer isto ou aquilo.Parece haver na atitude democrática de Jango um certo democratismo,de ouvir demais a todos  e acabar perdendo a sua identidade e autoridade.
Nos dias atuais,que eu considero,como já disse também, o período de “ farsa” na história,em face da repetição dos elementos que levaram ao golpe de 64,problemas semelhantes se apresentam diante do cidadão e do analista,principalmente no segundo caso.
Eu falei que era imprescindível que os candidatos à presidência não agissem dentro da perspectiva pragmática costumeira das eleições porque vivemos um tempo “ especial” e perigoso.Isto porque os interesses legítimos de pessoas que querem propor algo para o futuro do país,podem certamente fazer um peso em prol da continuidade democrática.Não só Marina fez o certo,os outros também devem segui-la.
Marta Suplicy na TV Senado,falando sobre Marielle ,preconizou acertadamente que os candidatos deverão ser responsáveis ao máximo,mostrando os seus programas sem provocações ,porque qualquer agitação será motivo de uma “ solução” autoritária.
Porque até agora nenhum suspeito sequer foi encontrado no caso Marielle?Porque quem fez espera a repercussão para justificar esta “ saída” e todo mundo sabe quem é.É o segredo de Polichinelo.
Houve uma morte de um defensor de direitos da comunidade de Duque de Caxias,ontem,dia 9 de Abril,que ninguém sabe até agora se tem ou não tem ligação com Marielle.Uma hora tem outra não.
Este “ segundo” lançamento da candidatura de Marina é o certo,é uma atitude democrática corretíssima de luta para evitar um golpe.E Marina é quem mais se aproxima do perfil de um presidente para esta época,assunto para o próximo artigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário