terça-feira, 17 de abril de 2018

Antes,Aécio, ou enfim, coerência


Antes de estender o artigo anterior,não posso deixar de comentar a decisão de agora há pouco,tornando Aécio Réu numa ação para investigar a propina de dois milhões,a que eu me referi há algum tempo atrás e que considerava(como considero)base para uma condenação.Preste bem a atenção,leitor:condenação.Não costumo fazer afirmações deste tipo,por razões óbvias,mas também não me omito em dizer o que eu acho.
As circunstâncias do processo de Lula são semelhantes ao que provém das maquinações de Aécio.Se valem os mesmos procedimentos ,Aécio tem que ser condenado e se não o for,Lula tem que ser solto.
Ninguém passa recibo de corrupção.O que se ouve nas fitas do caso Aécio é claramente uma forma de diversionismo:ele pediu propina,mas diz que pediu um empréstimo.Até agora não provou a natureza deste empréstimo.Não existe isto de uma pessoa pedir um dinheiro a um “ amigo” e não haver nenhum documento,nenhuma confissão de dívida.Principalmente entre “ amigos” políticos.E se foi para pagar advogados,porque não há registros do serviço prestado?Também o advogado não exigiu publicidade na transação?
Isto tudo precisa ser esclarecido,mas a minha conclusão eu já coloco agora,em função do que tem acontecido com outros políticos.
Atacar o PT é justo,em face das mudanças ocorridas dentro deste partido,mas não me venham com esta história de que a estrutura da corrupção não está nos outros partidos,no sistema político.A responsabilidade de atacar,como nunca,a corrupção,engendrou outra,a de ser completo agora.É a máxima da literatura de Balzac:” Se vamos criticar a sociedade,vamos até ao fim”.Não há  como recuar agora e a isonomia pede para que ninguém seja poupado desta investigação geral,inclusive o Presidente da República.É a hora de o povo brasileiro entender a distinção necessária à democracia entre ela própria e o estado de direito.Não se pode usar o estado de direito como mediação da política e vice-versa.
Eu já acho muito questionável este espetáculo em torno de Lula e de Moro.Quanto mais banalizável for a reação do povo,mais igual aos políticos ele será(como de feto e constitucionalmente é).
Os políticos são só cidadãos em uma posição diferenciada da dos outros,mas a distância não é tão grande assim e muito menos na proporção que o salvacionismo de Lula desejava.
O meu lema ,mutatis mutandi,é o mesmo do Bope,” entrar para matar e não para morrer” e normalmente há que se estar muito bem fundamentado para dizer  condenação,mas não tem jeito:comprando os casos,o destino de Aécio é este:condenação.

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