Ou
como evitar golpes.
Já
disse:foi um erro o Juiz Moro(erro?)não
ter prendido Lula logo na prolatação da sentença.Alegou o Juiz que isto
causaria comoção.Quando não causaria?Quando é melhor decidir sobre esta prisão?Eu
disse que era melhor no inicio deste ano e comigo concordou o Juiz Barroso.
De
qualquer forma a comoção é imensa e o modo como todos os atores sociais e
políticos do Brasil reagirão a esta situação mostrará a posição de cada um
quanto à tarefa histórica de nosso dias:manter a democracia e amadurecê-la
institucional e socialmente.
Estamos
numa quadra semelhante àquela do final do governo Jango,em que o Ministro Celso
Furtado aconselhou o Presidente a colocar o problema da sucessão na ordem do
dia,para evitar o vácuo,no qual o demônio se aboleta.Ele não teve sucesso pois
havia prevenções pessoais de Jango em relação a Lacerda.
Hoje
nós só temos a nossa democracia e o nosso país e é ,por isso,fácil,decidir.
Normalmente
não é bom nem legítimo adiantar as campanhas,mas diante destas premissas,penso
que seria bom começar a colocar programas ,idéias,soluções ,que ajudem o povo
brasileiro a ter esperança real no seguimento do processo democrático e evitar
que as agitações decorrentes de quaisquer decisões do tribunal,provoquem um
desvio.
Explico:se
Lula for preso,como eu penso ser uma consequencia lógica
do que ficou provado,haverá agitação;se for liberado,dar-se-á força a um projeto
autoritário ,vingativo,em torno dele.Sob a justificativa de se opor à ditadura
do Judiciário,bem como a outra qualquer(Rede Globo),o salvacionismo recorrente
de Lula corre mais do que risco de se tornar um autoritarismo(quiçá potencialmente
ditatorial).
O
judiciário terá que demonstrar a sua posição,se for agredido desta forma,mas
mesmo atuando simplesmente na sua esfera
legal,ele já será acusado de participar de um contexto de crescente autoritarismo,ainda mais porque ele
tem substituído o legislativo,não importando se a culpa é de um ou outro
poder,porque este desequilíbrio dos últimos anos é um drama à parte contra o que
ninguém luta,muito menos o judiciário,que revela até um certo gosto nesta sua nova
tarefa ,dentro da divisão clássica dos poderes.
Se
Lula fugir haverá agitação e uma liderança exilada ,como nunca houve no
Brasil.Todos estes elementos são,no entanto,inautênticos e a tarefa dos
potenciais candidatos,de garantir ,eles mesmos,a sucessão se fará obrigatória
,no momento da decisão do judiciário.
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