Eu
tenho sempre que explicar as minhas posições.O Brasil não tem uma democracia
estabelecida,não tem uma sociedade em que determinados valores se sobrepõem aos
interesses políticos.Tudo vai no ritmo deste interesses e agora esta tendência
está se aprofundando pelos motivos que expus no artigo anterior.
Isto
é a norma do Brasil.Somente por uma necessidade imperiosa de manter as coisas
funcionando é que a sociedade não se esgarça,não se esfarela.
Eu
raciocino sempre como parlamentarista:quando a
sociedade entre em risco,os partidos devem abrir mão de seus programas
para defender o país.Acontece que aqui estamos sempre no fio da navalha.São as
pessoas que ganham as eleições,mas não devia ser assim.O que deveria ganhar as
eleições são os valores e programas partidários.
Neste
sentido o voto consciente,pelo menos desde a redemocratização,deveria ser na
defesa do país e não nas pessoas.Agora,com esta conjuntura a situação ficou piorada.
O
meu artigo anterior não foi bem entendido.Não se trata de ficar do lado de um
partido ou de uma figura,mas do Brasil e dos trabalhadores,tanto os operários
como os de classe média.Só assim é possível (re-)construir uma homogeneidade
necessária para fazer as mudanças capazes de acabar com a crise e projetar algo
novo para o Brasil.
Mas
a tarefa mais imediata,embora atinente a tudo isto,é evitar a agitação e a
condição de golpe,seja de esquerda(que eu não acredito ser bem sucedido)ou de
direita.
Eu
já falei sobre isto ,falo sempre e repito:não saímos de 64,porque a esquerda
acha que agora vai e a direita,como sempre, usa esta precipitação para tomar o
poder.
Uma
coisa,no entanto,joga água no moinho desta última:o povo brasileiro continua
católico,tradicionalista.Não é porque os trabalhadores se beneficiam do
comunismo(No entender destes radicais),que a consciência deles vai em direção a
Marx.
Depois
de décadas de discussão não adiantou nada,vivemos o período de farsa na
História.Sendo sentenciado ou não Lula,o confronto vai ser provocado pela
direita e a esquerda vai ,de novo,aceitar e perder.
Em
princípio,para não dizer que eu fico em cima do muro,penso ser a hora e a vez
de Marina,mas eu tenho receios em relação a ela quanto à compreensão do valor
do estado laico e quanto ao seu pensamento sobre a Amazônia,mas em política nós
fazemos o que é possível;nem sempre o ideal se apresenta.
Quando
eu falei em Álvaro Dias e em outros candidatos(não sei quais)foi porque me
preocupo com a formação de novas lideranças,que os partidos não criam.Aliás
assunto para o próximo artigo.
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