sábado, 6 de janeiro de 2018

O traçado político de 2018 IV



Eu tenho sempre que explicar as minhas posições.O Brasil não tem uma democracia estabelecida,não tem uma sociedade em que determinados valores se sobrepõem aos interesses políticos.Tudo vai no ritmo deste interesses e agora esta tendência está se aprofundando pelos motivos que  expus no artigo anterior.
Isto é a norma do Brasil.Somente por uma necessidade imperiosa de manter as coisas funcionando é que a sociedade não se esgarça,não se esfarela.
Eu raciocino sempre como parlamentarista:quando a  sociedade entre em risco,os partidos devem abrir mão de seus programas para defender o país.Acontece que aqui estamos sempre no fio da navalha.São as pessoas que ganham as eleições,mas não devia ser assim.O que deveria ganhar as eleições são os valores e programas partidários.
Neste sentido o voto consciente,pelo menos desde a redemocratização,deveria ser na defesa do país e não nas pessoas.Agora,com esta conjuntura a situação ficou piorada.
O meu artigo anterior não foi bem entendido.Não se trata de ficar do lado de um partido ou de uma figura,mas do Brasil e dos trabalhadores,tanto os operários como os de classe média.Só assim é possível (re-)construir uma homogeneidade necessária para fazer as mudanças capazes de acabar com a crise e projetar algo novo para o Brasil.
Mas a tarefa mais imediata,embora atinente a tudo isto,é evitar a agitação e a condição de golpe,seja de esquerda(que eu não acredito ser bem sucedido)ou de direita.
Eu já falei sobre isto ,falo sempre e repito:não saímos de 64,porque a esquerda acha que agora vai e a direita,como sempre, usa esta precipitação para tomar o poder.
Uma coisa,no entanto,joga água no moinho desta última:o povo brasileiro continua católico,tradicionalista.Não é porque os trabalhadores se beneficiam do comunismo(No entender destes radicais),que a consciência deles vai em direção a Marx.
Depois de décadas de discussão não adiantou nada,vivemos o período de farsa na História.Sendo sentenciado ou não Lula,o confronto vai ser provocado pela direita e a esquerda vai ,de novo,aceitar e perder.
Em princípio,para não dizer que eu fico em cima do muro,penso ser a hora e a vez de Marina,mas eu tenho receios em relação a ela quanto à compreensão do valor do estado laico e quanto ao seu pensamento sobre a Amazônia,mas em política nós fazemos o que é possível;nem sempre o ideal se apresenta.
Quando eu falei em Álvaro Dias e em outros candidatos(não sei quais)foi porque me preocupo com a formação de novas lideranças,que os partidos não criam.Aliás assunto para o próximo artigo.

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