Estas
duas figuras históricas são a meu ver as que deram inicio à guerra fria e a
finalizaram.Isto é Mussolini criou as condições para tanto,tanto quanto a
revolução de 17,porque ele criou o regime político destinado a se contrapor à
ascensão pós-primeira guerra do comunismo;e o Papa João Paulo II porque fechou
o caixão do mesmo quando ajudou nos acontecimentos da Polônia.Pouca gente se dá
conta hoje de que foi quando se deu a transição na Polônia,que os demais países
do leste intentaram com sucesso as suas “ revoluções de veludo”.
Mas
o que mais me interessa nestas duas personalidades e com as quais,até certo ponto eu me identifico é que elas estiveram no meio de vários modelos de
solução para sociedades conturbadas e conseguiram ,através de uma visão
equilibrada do real,obter uma solução,no primeiro caso provisória porque errada
e no segundo uma porta aberta para o mundo de hoje,em que as questões decisivas
não são resolúveis por modelos autoritários definitivos.
O
que vale hoje e sempre é o mundo real.
Mussolini
era um socialista ,pacifista,mas por pressão e por oportunismo,antes da
revolução de 17,mudou de posição ,apoiando a entente,a Inglaterra e a
França,para obter vantagens para seu país(mundo real).
Tendo
sido enganado por estas potências,correu o risco de sumir,abafado por Gabrielle
D´Anunzio,mas diante da ameaça soviética ofereceu uma proteção à burguesia
italiana e mais do que isto ,com esta base pode projetar um nova visão da
Europa,também ameaçada pelos bolcheviques.
O
Papa João Paulo II ajudou a dar uma surra política histórica nos
bolcheviques,mas demonstrou uma compreensão do mundo real e da necessidade de
respeitá-lo quando refreou os impulsos de toda a direita em relação à Cuba.
Lembro-me
bem que depois da queda URSS,Walesa deu entrevista publicada no Globo,dizendo”
o próximo passo é Cuba”.Todo o mundo colocou garfo e faca na mão ,um guardanapo no pescoço e ficou na
mesa,esperando.
O
Papa,no entanto,fez ver que a maioria das pessoas em Cuba, a maioria esmagadora,
é católica e que um cataclismo neste país,como o que estava ocorrendo no
leste,seria algo fatal e inadmissível de se promover.
Os
poloneses,homogeneamente católicos, conseguiram evitar a dilapidação ocorrida em
algumas nações eslavas(sem falar na Iugoslávia),porque se mantiveram unidos em
torno do país.Em outros lugares,como Bulgária e mesmo a Rússia,máfias ocuparam
o lugar do governo até hoje.
O
único problema da Polônia pós comunismo foi o consumismo e a pornografia,o que
levou o Papa,na sua primeira visita ao país depois da transição a dizer ,numa
homilia em italiano(para que a Europa toda pudesse ouvir)que só quem tivesse
uma vida realmente eucarística(e não pornográfica)comungaria e entraria na
Igreja.Só isso.
O
respeito à nação,às suas peculiaridades é a condição de progredir de forma
equilibrada.Respeitando o mundo real,podemos mudar esta situação atual para
melhor,porque pelo menos dispensamos modelos absolutos que não dão conta do
real.
O
Papa chegou a fazer,na década de 90 ,certos
elogios ao comunismo,quando ele não era mais ameaça,mas era só para mostrar que
nos regimes comunistas o que tinha mudado ,a partir de 17,era só a
cúpula,porque a população em si mesma,continuava fiel a tradições antigas,inclusive a dele.
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