Conforme
eu disse logo no inicio do mesmo,a honestidade das pessoas que praticam
caridade,não é questionável,contudo não venham me dizer que é uniforme e que
não existe o interesse da fazer crescer a religião a partir da pobreza.
No
passado posturas anti-religiosas radicais afirmavam que a religião só
prosperava porque havia a pobreza.Eu não chego a tanto.As alternativas criadas
para superar o problema da miséria não deram certo e estamos ,às vezes,não
raro,diante de uma fatalidade.
Viver
num mundo que considera esta fatalidade como algo digno de caridade é melhor do
que viver num mundo em que predominem nazistas,que justifiquem o massacre de
pessoas inúteis etc,etc.
Mas
não há como negar esta relação entre religião e política,religião e
mercado,religião e reprodução de poder.
Eu
não gosto muito da identificação que a torcida do Fluminense faz com o Papa
João Paulo II,porque a torcida é constituída de outros credos e a sociedade é
plural,em todos os sentidos,ou melhor,deve sê-lo.
Por
acaso uma pessoa não-cristã,atéia(como eu)não pode se compadecer do
sofrimento,como o de Cristo?
O que eu disse nos meus artigos até aqui?Uma coisa é a crença legítima,outra o uso político,mercadológico,de poder,que se faz dela.
O que eu disse nos meus artigos até aqui?Uma coisa é a crença legítima,outra o uso político,mercadológico,de poder,que se faz dela.
Foi
somente isto o que eu disse.Talvez pensando na abundância do bem,que nós
procuramos,tanto quanto a abundância material,que livraria a humanidade da
miséria,possamos pensar na ajuda tanto das religiões quanto do estado,mas a
religião não pode governar,direta ou indiretamente.
Governa
o cidadão,que ,no seu íntimo tem valores religiosos e os usa para escolher e
atua;mas a condição do cidadão,do trabalhador,que tem uma vida pública também quando
sai de casa para trabalhar,é diferente da do crente ou religioso,que usa a orientação axiológica da religião na sua
vida privada,numa especificação da
dicotomia público e privado,criada pela burguesia e pela religião protestante e
pelo republicanismo moderno,que eu aceito como conquista definitiva da
humanidade.
Foi o que eu disse.
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