segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Esclarecimentos sobre o meu artigo sobre o truque de Constantino



Conforme eu disse logo no inicio do mesmo,a honestidade das pessoas que praticam caridade,não é questionável,contudo não venham me dizer que é uniforme e que não existe o interesse da fazer crescer a religião a partir da pobreza.
No passado posturas anti-religiosas radicais afirmavam que a religião só prosperava porque havia a pobreza.Eu não chego a tanto.As alternativas criadas para superar o problema da miséria não deram certo e estamos ,às vezes,não raro,diante de uma fatalidade.
Viver num mundo que considera esta fatalidade como algo digno de caridade é melhor do que viver num mundo em que predominem nazistas,que justifiquem o massacre de pessoas inúteis etc,etc.
Mas não há como negar esta relação entre religião e política,religião e mercado,religião e reprodução de poder.
Eu não gosto muito da identificação que a torcida do Fluminense faz com o Papa João Paulo II,porque a torcida é constituída de outros credos e a sociedade é plural,em todos os sentidos,ou melhor,deve sê-lo.
Por acaso uma pessoa não-cristã,atéia(como eu)não pode se compadecer do sofrimento,como o de Cristo?
O que eu disse nos meus artigos até aqui?Uma coisa é a crença legítima,outra o uso político,mercadológico,de poder,que se faz dela.
Foi somente isto o que eu disse.Talvez pensando na abundância do bem,que nós procuramos,tanto quanto a abundância material,que livraria a humanidade da miséria,possamos pensar na ajuda tanto das religiões quanto do estado,mas a religião não pode governar,direta ou indiretamente.
Governa o cidadão,que ,no seu íntimo tem valores religiosos e os usa para escolher e atua;mas a condição do cidadão,do trabalhador,que tem uma vida pública também quando sai de casa para trabalhar,é diferente da do crente ou religioso,que usa  a orientação axiológica da religião na sua vida  privada,numa especificação da dicotomia público e privado,criada pela burguesia e pela religião protestante e pelo republicanismo moderno,que eu aceito como conquista definitiva da humanidade.
Foi o que eu disse.

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