Apesar de tudo
nós podemos colocar um debate sobre a República e seu significado aqui no
segundo turno do Rio de Janeiro,porque a palavra mais comentada ontem,após os resultados, foi laicização,um tema que
eu tenho debatido aqui muitas vezes e que agora se colocou diante da escolha do
cidadão ,no estado que tem mais repercussão nacional,no plano da cultura.
Porque por mais
que Crivella venha agora dizer que é laico,insistindo que vai saber separar
religião de política,ele não chegou onde está senão fazendo esta junção
ilegítima:se associando claramente a uma religião e se aproveitando dos votos
de sua igreja e de seus ecos.
Não tem como
separar e embora o programa não fale diretamente de religião,nós podemos
esperar medidas conservadoras,indiretamente influenciadas ,como ensino
religioso,volta dos privilégios para os pastores,um moralismo que ele terá que
seguir,seguindo a sua igreja,a menos que agora queira ficar isolado.
Crivella é o
candidato mais antirepublicano da História no Rio de Janeiro.
E por outro lado
nós temos a oportunidade de colocar uma esquerda associada ao compromisso
democrático do republicanismo,pois para vencer o adversário ele,Freixo,(e a
esquerda)terá que bater nesta tecla,segurando os setores radicais que tentarão
colocar no seu programa mais idéias de esquerda,” hegemônicas”,do que
republicanas,ou seja,endereçadas a todos.
A meu ver se
isto ficar claro ,mesmo setores já recusados em alianças eventuais de segundo
turno ,como PMDB e PFL,vão apoiar a esquerda,se ela se modernizar, seguindo
este sentido.Senão será um combate entre uma religião e uma esquerda ultrapassada
“ hegemônica”,ficando a república,no meio,como
marisco.
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