Desde que o meu querido Fluminense se
constituiu como o primeiro clube
a surgir unicamente como de
futebol,a relação política/futebol se iniciou nos seguintes termos,até
hoje:
Desde Nínive,passando pelos romanos,num esforço de engenharia
política,que uma das formas mais eficazes
de se unir corrupção,povo e política
é os associando ao divertimento das massas,para
criar uma mediação que una momentânea
e falsamente todas as classes.
Foi assim com o
Coliseu,com as Termas de Caracala,com o teatro de Shakespeare,com o Teatro de Bayreuth,de Wagne,r e assim continua com os eventos esportivos,cada
vez mais presentes a partir do século XX.
As discussões sobre arbitragem,no campeonato brasileiro,no
que tange a um suposto favorecimento ao Corinthians,que já ocorreu,em 2005,nos servem de mote para discutir
estas relações entre o esporte e
a política e daí a questão nacional.
Em 1902 o Fluminense reconheceu a realidade do futebol no
Brasil e resolveu surgir somente como clube
dedicado a esta prática.Isto ocorreu porque já existia em São Paulo uma prática definida e constante ,na última década do século
XIX.Contudo, São Paulo sempre primou
por ter um interior muito
desenvolvido,mas o Estado propriamente nunca foi ressonante em todo o país.
A caixa de ressonância nacional do Brasil chama-se Rio
de Janeiro.Quando o
Fluminense,repito,surgiu,as condições para o espraiamento do futebol em todo o
país estavam dadas.Esta tendência se consolidou quando houve a cisão ,dentro do
Fluminense ,que gerou,em 1912,o Flamengo.Questões de organização foram o motivo desta separação.Um
setor do Fluminense queria modificar os estatutos para permitir um tipo de presidência mais pessoal,contra o
que pensavam os criadores do clube das laranjeiras.
O fluminense foi e é um clube republicano típico,baseado numa rígida divisão de poder.Cada presidente se elege ,administra e depois sai.Todas as tentativas de mudar isto se frustraram(presidente Francisco Horta).
O fluminense foi e é um clube republicano típico,baseado numa rígida divisão de poder.Cada presidente se elege ,administra e depois sai.Todas as tentativas de mudar isto se frustraram(presidente Francisco Horta).
Os que fundaram o
Flamengo fizeram com que este clube se tornasse
progressivamente o clube da massa,mas não só no Rio de Janeiro,em todo o
Brasil,até hoje.O nordeste é integralmente rubro-negro,mas todo o Brasil
também.
São Paulo nunca perdoou este fato,porque se manteve restrito
ao seu interior.São Paulo é um Estado voltado para si mesmo.Mesmo quando no
crescimento vertiginoso da década de 50,não houve senão uma repercussão
relativa em todo o Brasil,até porque ,por
causa deste crescimento,o nariz empinado do Estado se tornou ainda mais
arrogante,nascendo daí a rivalidade Rio São Paulo,que arrefeceu ,mas existe
ainda.
De tempos em tempos o Estado busca tomar esta primazia do Rio
de Janeiro,o qual ficou muito enfraquecido com a transferência da Capital para
Brasília.Desde então tentativas
de tornar São Paulo a caixa
de ressonância se fazem presentes e a melhor forma de fazer isto é usar o poder
popular do futebol,mais especificamente,a popularidade do Corinthians.
Quantas vezes ouvimos dizer que o Corinthians superou em
torcida o Flamengo?Quantas vezes já ouvimos a proposta de tirar a CBF do Rio de
Janeiro?No tempo daquele iraniano incrustado no Corinthians se pretendia tornar
o clube, internacional.
O futebol do Corinthians atual é incontrastàvelmente o melhor
,mas a sua conquista nunca fica no plano
esportivo,sendo sempre uma oportunidade
para os políticos de todos os (baixos)níveis
usarem o clube e a torcida.
Será que um dia se São
Paulo conseguir estas coisas,o Brasil se
tornará um país capitalista de fato,moderno e competitivo?
O que eu sei é que a
pressão sobre o futebol existe e é preciso compreendê-la num sentido político,que é o único.
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