Estes artigos
que eu escrevo aqui e nos
meus outros e diversos
blogs temáticos expressam,como eu
já disse,uma visão ética do conhecimento.O
conhecimento é a favor de todos.Este é o
corolário necessário da frase básica
que anima a minha atividade:o
conhecimento é de todos,apesar das instituições,dos governos e das pessoas.
Esta visão
é uma aplicação às ciências sociais que eu faço da visão democrática que tinha Julio Verne sobre
as ciências naturais.Para ele a
ciência uniria os homens, porque as divisas dos países não são
capazes de impedir que o homem
conheça e produza
algo novo,senão a partir do seu
esforço de estudo e de dedicação.Sozinho
ou em conjunto,mas dispondo dos
dados comuns a todos.
Santos-Dumont
comungava desta opinião e viveu de
acordo com ela a vida toda.O
esforço foi sempre necessário
,mesmo para os maiores gênios da História.Até chegar às suas descobertas Einstein levou 10
anos;Mme Curie e seu marido Pierre levaram 4
anos para achar menos de um grama de rádio,quatro anos,os dois sozinhos;Kepler,o herói da ciência ,a vida toda, para formular e provar as suas leis do movimento.
Isto tudo
confirma a afirmação de Thomas Edison,1
% de inspiração e 99 de transpiração e também confirma uma das minhas fábulas preferidas ,a da lebre e da tartaruga.Genialidade só não basta.
Durante
a primeira guerra mundial,o Astrônomo Arthur Eddington
tentou fazer a prova da Relatividade geral de Einstein em vários lugares do mundo(inclusive no Brasil,em Sobral no Ceará),para
demonstrar,com o apoio do físico alemão, que a ciência era de todos e que podia
unir os povos,ainda que em meio a uma guerra.
Isto tudo eu
mostro para aplicar nas ciências
sociais também, estas “ ciências”(que eu prefiro chamar de saberes)são menos favoráveis a esta visão transcendente e universal das ciências
naturais,porque elas são permeadas
pela ideologia,sistemas de poder e
pelos desejos subjetivos
dos que produzem os conhecimentos
sociais e os discursos
que lhe são atinentes.Estas
subjetividades ganham poder e prestígio com discursos que não são confirmados
depois(isto também vale para as ciências naturais).
Mas como eu
já disse aqui,se a mediação for a experiência e se admitirmos
que ,claro,as ciências sociais também formulam
hipóteses que precisam ser provadas,nós
vemos que há uma analogia entre estes dois grupos de ciências e por isso eu só me interesse pelos conhecimentos empíricos,submetidos aos procedimentos metodológicos,às
teorias,evidentemente,sendo então provados,que
ajudem à humanidade e ao seu progresso,não só material,como
espiritual.Eu só cito intelectuais,nestas condições de
prova superveniente de seus
discursos e se a sua presença não atrapalha a compreensão de todos.
E também
partindo do princípio marxista,(embora me considere um ex-),de que a
separação entre conhecimento acadêmico,das elites e o popular por atender a interesses de exploração eu não comungo desta barreira por
acha-la,por isso mesmo,falsa.
Quando a
sociedade como um todo se empenha e libera as cadeias do poder,para
pesquisar a natureza e a
sociedade,ela consegue o que quer,quer dizer,produzir conhecimento,arte e técnica,diz Marx na Ideologia Alemã,a respeito do renascimento,conceito
que,no entanto, poderíamos extender ao
nascimento da Filosofia e da Ciência na Jônia do sexto século Antes de Cristo.
Eu penso como
Benjamin Franklin.O conhecimento naõ precisa ser tutelado por instituição ou
pessoa nenhuma para valer por si mesmo e dar a sua
contribuição ao bem da humanidade e isto
vale para os discursos sociais também.
De modo que eu
aqui não escrevo contra as pessoas mas a favor delas.Se elas se sentem
atingidas de alguma forma,podem
,repito,podem,se desconectar dos meus blogs,porque eu não quero passar por cima de ninguém.O pressuposto de universalidade
do conhecimento é a adesão a ele,a adesão livre.Por obrigação o conhecimento não entra nos
corações e mentes das pessoas ,o que
trairia os meus objetivos de blogueiro.
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