terça-feira, 18 de agosto de 2015

Nem Aécio,nem Dilma,nem Lula:programa



É chavão falar que  toda  crise enseja uma renovação positiva.Mas é  verdade e dever ser repetido agora neste momento de crise.A questão é saber se o povo  brasileiro vai ser protegido por sua democracia num momento em que se  discute se há  governo ou não.Sim,porque  quando a presidente Dilma afirma  que está buscando um agenda  positiva é  porque  admite subliminarmente que não está  conseguindo  governar,já  que a agenda positiva é  obrigação,não alternativa.
Não se  alegue também que ela  não o consegue porque está  ilegitimamente acuada,por um golpe  em marcha.Duas razões  para não pensar assim:Dilma  é  fraca,repito,no momento em que ela derrapasse,em que ficasse clara  esta  fraqueza a  pressão seria total  e  isto aconteceu quando ficou claro que ela mentiu para se eleger e teve que revelar a mentira para  governar.
A situação de Dilma é  igual a de Sarney,no plano cruzado II.Ele mentiu também,mas ele é  do ramo,tinha uma vida partidária  extensa   e intensa  e fazia os conchavos necessários para  governar.Não estou dizendo que isto o legitimou,não.Só estou dizendo que o cargo de  Presidente da República exige provações,tempo,lutas,prova da capacidade.Dilma foi colocada por ser manipulável e por  encaixar neste esquemão que vem desde o segundo governo Lula,o mensalão.
Foi uma irresponsabilidade que  agora  cobra o seu preço numa situação trágica de compasso de espera  ,em que provavelmente  o único que  não se beneficiará,em qualquer caso,com qualquer solução,é o povo brasileiro  e a  democracia.
Todo mundo já  fala  em que partidos  vão substituir a Presidente,quais os  nomes,mas a  prioridade é  um programa  que  consagre  o fim do passado,o reconhecimento  das reinvindicações  modernas do povo  brasileiro,de modo a apontar o futuro.
Uma das coisas que devem ser deixadas no passado é esta dicotomia,direita  e esquerda,que  respinga na oposição classe  média e  classe “ operária”,conceitos  da  guerra-fria,sem lugar neste mundo atual.
É preciso uma nova esquerda( e a direita que se adapte...)que  não finja ser democrática e  encontre reais  soluções  coletivas,ou seja,nacionais.
De uma vez  por todas é responsabilizar os partidos  por esta corrupção e se  comprometer a  associar toda  mudança progressista,inclusiva,com o combate ,final,à  corrupção.
Como é  que o PT consegue repetir este erro do passado,ao não perceber que faz  parte do processo de inclusão acabar com a corrupção?Acaso a  corrupção não viceja na mais extrema desigualdade e não se  reproduz  dentro dela?Desviar dinheiro público não atinge as necessidades do povo?Esta  é  maior  traição da esquerda nestes  dias e nesta crise ,a  solução que vier tem que  se comprometer a unir estas duas coisas,honestidade e progresso social.
Falemos sério:quem garante que o partidos  que estão aí vão garantir  isto quando substituírem Dilma?Vai mudar realmente?
Há que se criar uma alternativa para implementar este programa.É mentira  que  os partidos  escolham candidatos de  acordo com o critério de honestidade,então há que obrigá-los a escolher,digo,dentro da lei.
Eu sempre tenho defendido aqui o pacto de governabilidade  porque  acho que não se  pode  romper com a Lei e  Dilma foi eleita,mas a continuidade do impasse  prejudica ao povo e  isto não pode  continuar.
Um partido já está fechado com o Impeachment,o PSDB.Agora só falta o PMDB deixar Dilma  sozinha(nem o Lula com ela ajuda) e desencadear o processo de retirada.Contudo Dilma(e  Lula)só sairá se tiver certeza de que não há alternativa.O processo de impeachment demora e neste caso,o tempo abre  brechas para a reação  do PT.Neste confronto,a  bagunça  é maior ainda e os  riscos  são tenebrosos de uma situação sócio econômica deteriorada.Sem falar no motivo para fazer o impeachment,que não há ainda.
A maioria exigir a renúncia  impedindo a  Presidente de governar é  golpe,que mancha a oposição.
No último artigo em que eu me referi à  crise preconizei um pacto de  governança,mas neste momento,diante destas variáveis,falo em pacto para proteger o Brasil e o povo,e a democracia.
A demora  não é aceitável.
Fala-se em Marina,mas uma candidatura de alternativa só é válida para mim se comungar deste programa que eu proponho.

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