Aqueles que assistiram
ao filme “Lincoln”,ficariam
horrorizados com o modo como a abolição
nos Estados Unidos foi feita.E acaso aqui
no Brasil foi diferente?No filme
nós vemos que só
foi possível garantir a Proclamação
de Lincoln pelo Congresso dos
Estados Unidos,oferecendo cargos,dinheiro e influência de todo tipo,escusas.
Aqui no
Brasil o processo de abolição
seguiu aos mesmos parâmetros políticos correntes.Interesses,oferta de empregos,tráfico de influência,etc,etc.
Recentemente comemoramos
Tiradentes,mas também Tancredo
Neves e a sua morte.Tancredo chegou ao poder de que forma?Com as
mãos limpas,como Lincoln,que não se envolveu em
nada.Mas “em baixo”,como
aconteceu?Ninguém pediu
vantagens,dinheiro,influência?Tancredo
não sabia disto?
Eu me lembro
que na primeira
eleição da abertura ,Brizola ganhou alegando que o
candidato do PMDB,Miro Teixeira
e o PMDB ora!não eram ilibados.
A minha
postura ,na época,era de garantir as condições futuras
da transição ,fortalecendo o
PMDB e não me arrependo.
Em circunstâncias corriqueiras
da política há que
combater a corrupção,mas em
situações excepcionais,se ela é
inevitável e não atrapalha o escopo,há que aceitá-la ou,pelo menos,não alegá-la.Já
imaginou se alguém
pensasse assim
nos Estados Unidos?E
na transição brasileira?
A ditadura
militar no Brasil ,a partir
de 74 ,raciocinou
que deveria fazer a
abertura,mas quem deveria fazer a “
passagem” era a
oposição,porque ela não desejava
entregar o poder.Entregar o poder
era admitir o erro e
a culpa do Golpe(“revolução”)e isso
nem Geisel e Golbery
queriam.Isto quer dizer
que se a
oposição não tivesse
força ou cometesse um
erro o regime
continuava,uma vez que tentou
através de Andreazza.Se a emenda Dante de Oliveira
passasse os militares
aceitariam,mas se Ulysses ou Brizola
viabilizassem uma eleição,não.
Brizola,em seu primeiro governo no Rio de Janeiro ,só era perigo em nível nacional.Na sua
sucessão era preciso,por
causa disto tudo,manter o PMDB
e eu apoiei Moreira
Franco.Não mudo de opinião
por salutar pragmatismo político,em situações
excepcionais.
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