quarta-feira, 29 de abril de 2015

Corrupção,História e pragmatismo político



Aqueles  que assistiram  ao filme  “Lincoln”,ficariam horrorizados com  o modo como  a abolição  nos  Estados  Unidos foi feita.E  acaso aqui  no Brasil  foi diferente?No filme nós  vemos que    foi  possível garantir  a Proclamação  de  Lincoln  pelo Congresso  dos  Estados  Unidos,oferecendo  cargos,dinheiro e  influência de todo  tipo,escusas.
Aqui no Brasil  o processo  de abolição  seguiu  aos  mesmos parâmetros políticos correntes.Interesses,oferta  de empregos,tráfico de influência,etc,etc.
Recentemente  comemoramos  Tiradentes,mas também  Tancredo Neves e  a  sua morte.Tancredo chegou ao poder  de que forma?Com  as  mãos  limpas,como  Lincoln,que não se envolveu  em  nada.Mas  “em baixo”,como aconteceu?Ninguém  pediu vantagens,dinheiro,influência?Tancredo  não sabia disto?
Eu me  lembro  que  na  primeira  eleição da abertura ,Brizola ganhou alegando que  o  candidato do PMDB,Miro Teixeira  e  o PMDB ora!não eram  ilibados.
A minha postura  ,na época,era de  garantir as condições  futuras  da  transição ,fortalecendo    o PMDB e  não me  arrependo.
Em  circunstâncias  corriqueiras  da política    que  combater a corrupção,mas em  situações excepcionais,se  ela é inevitável e não atrapalha  o  escopo,há que aceitá-la ou,pelo menos,não alegá-la.Já imaginou  se  alguém    pensasse  assim  nos  Estados  Unidos?E  na transição brasileira?
A  ditadura  militar no Brasil  ,a  partir  de  74  ,raciocinou  que deveria  fazer a abertura,mas  quem  deveria fazer a    passagem”  era  a  oposição,porque ela  não  desejava  entregar  o poder.Entregar  o poder  era admitir  o  erro  e a culpa  do  Golpe(“revolução”)e  isso  nem  Geisel  e Golbery  queriam.Isto  quer  dizer  que  se  a  oposição  não  tivesse  força  ou  cometesse um  erro  o  regime  continuava,uma  vez  que tentou  através  de Andreazza.Se a  emenda Dante de  Oliveira  passasse  os  militares  aceitariam,mas se  Ulysses  ou Brizola  viabilizassem uma  eleição,não.
Brizola,em  seu primeiro governo no Rio de Janeiro  ,só era perigo em nível nacional.Na  sua  sucessão  era  preciso,por  causa  disto tudo,manter  o PMDB  e eu  apoiei  Moreira  Franco.Não mudo  de opinião por  salutar  pragmatismo político,em situações excepcionais.

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