sábado, 28 de fevereiro de 2015

A piração da Marilena III



Uma  das  causas  da  preguiça  mental  das  esquerdas  brasileiras(mas  acho  que  no mundo todo)é  o  conceito  de  “ consciência  de classe”  que foi  criticado  de  forma  chinfrim e  inócua  por  Gyorgy  Lukács.
Sob  este  conceito  imagina-se(o  termo  é  este)    que  quando  uma  pessoa  está  inserida  numa  classe,com  suas  características    objetivas”(se  a  sociologia  é objetiva  como as  ciências  naturais)ela  pensa  segundo  este  interesses  objetivos  de  classe.
O  meu  antigo  mestre  Roland  Corbisier dizia  que  o único que  transcendia às  classes era o  intelectual,que  pelas  idéias  podia defender  as  outras  classes  e  não aquela  em que  ele  nasceu  e  viveu(como  este  professor  que  era de classe  média e tinha um  sitio).
Eu  ,que  não  sou  um  intelectual,mas  um  cidadão  inferior,  sou  “fascista  e  ignorante”  como acusou  a  senhora  Marilena  Chauí,integrante  da  classe  média  como  sou.
A  minha  atuação  como  professor,que  é  uma  profissão  de  classe  média(não é  proletária),não conta.A  luta  no sindicato  pela melhoria  dos  salários  é uma  atitude  fascista  e ignorante.
Todos  os  próceres  do  marxismo e  da  sociologia  sempre  se referiram  às  classes(deixando  a  visão  vulgar do  stalinismo)como , ela  própria,dividida  em estratos  e segmentos,que  devem  ser considerados.
Assim sendo  a  idéia  de  que  a  inserção objetiva  na  classe  determina a  sua  visão  axiológica  não  tem  sentido,primeiro,por  causa  desta  segmentação,que derruba  a  idéia  de uma  consciência de  classe e  em  segundo por  causa do  fato  de que as  idéias  não  são  as únicas  formas de  transcender às  classes,mas,principalmente,os  valores,pois  todos  possuem  valores,de forma  igual,não  havendo  diferença  ,neste  sentido,entre o  intelectual  e  o mendigo.
Esta  distinção  elitista  vermelha é  resultado  do  erro persistente  destes esquerdizóides de  não  entender  que  as  ciências  sociais  têm um substrato  subjetivo  que  as  diferencia  das  ciências naturais.Elas  não  são  objetivas como  eles  insistem  e  o objetivo  não  determina  ipso  facto  a  subjetividade(uma  loucura).O fora-de-si  não  determina  o  em-si  e  por-si  como  diz  Hegel.
É  isto  o  que    se especializar  até  não  agüentar   mais,só  ler  Spinoza  e  o  marxismo  vulgar,vira-se preguiçoso.

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