sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O problema das transições


Estou  otimista  quanto à  rapidez  das  conseqüências  positivas  esperadas  depois  do reatamento  das  relações  diplomáticas  Estados-Unidos-Cuba.Em  primeiro  lugar  porque entendo  que  isto  levará  a uma  liberalização  e os  republicanos ,maioria  no Congresso,não  vão  se  colocar  contra ela ,de  vez  que  o público  estadunidense  espera-o  há  cinqüenta  anos.
O  problema  é  esta minoria  na Flórida.As  transições,que  nós  vimos , a  partir  da Polônia  em  85,do  regime  comunista  para  os  regimes  nacionais  que temos  hoje,  padeceram  de problemas  que eu já  disse aqui e  por  isso   é  imprescindível evitá-los  no caso  de Cuba.
Na  própria  Polônia  a união  do  povo em  torno da  igreja  fez  com  o  processo de transição  não sofresse  nenhum abalo  por parte de  grupos  dentro  do país,que,assustados  com a  mudança,poderiam  ir  contra  ela,do  modo  que  nós  vimos  ,por exemplo,na  Rússia,URSS,anos  depois.
Preocupados com o fato  de que a  transição  iria  tirar  seus  poderes e privilégios  muitos  militares  se  uniram  com  interesses  belicistas  do Ocidente,bem  como  com  emergentes  criminosos de sue  próprio  país,para  formar  estes  cartéis  criminosos  que estão  aí  até hoje e alguns que financiam  o governo  Putin  e  a  Copa  do Mundo.
Coisas  semelhantes  aconteceram  na  Bulgária,na  Romênia,na  Albânia.Vemos  então  pessoas  que  eram  protegidas  por  uma  previdência,pedirem  esmolas  na  rua,em pleno  frio.Na  Rússia  da  época e  na  atual,soldados  pediam e  pedem as mesmas  esmolas.
Temos  que evitar  isto  em  Cuba.A homogeneidade  do país  parece  estar  garantida com a  mediação  da  Igreja  Católica,que une  Cuba,que  é  predominantemente  seguidora desta  religião.
O  que  falta  é  evitar  que  grupos minoritários se unam,de lado  a  lado  para  se  aproveitar  de  alguma  forma  da  transição.
Toda  transição  faz  fortunas  e  misérias.Até  na  Proclamação  da  nossa  república  foi  assim.Teve  gente  que  enriqueceu  do  dia  15 para  o  dia  16 de Novembro e  outras  queempobreceram.
Já  falei  da URSS.Agora  há  que  ter  este  cuidado.A  direita  predatória,que  sabemos qual é,vai  tentar  se  locupletar,alegando  necessidades de reparação,o  terrorismo dos  cubanos,a  fraqueza  de Obama e  assim por  diante,mas a maneira de escanteá-los  deste  processo  é  que  ele  evolua  seguro,nem  muito  rápido,nem  muito  devagar,porque  se for neste  último  caso  haverá  condições  para  que estes  interesses  cooptem  em  ambos  países  pessoas,que,se  organizadas  em  cartéis,do  tipo  a  que eu  me referi,serão  capazes  de  perverter  este  caminho  de  libertação e  de humanização que  se abriu  agora.Isto sem  falar,que é imperativo  que  ganhem,nas  próximas  eleições  presidenciais  estadunidenses,os democratas,por  razões    que  eu  citei  no artigo  anterior e que  vou  falar  no  próximo.
       

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