Amigos eu
fiquei tanto tempo
envolvido com política
que só agora
eu posso fazer
um comentário diverso ao da política
brasileira.Este problema me
enseja defender a tese de
que o conceito
de república é revolucionário,como defendi em
meu primeiro livro
“ O republicano,que ainda
pode ser comprado
pelos leitores,aqui mesmo
comigo.
A monarquia no
seu sentido histórico arcaico
deixou terríveis marcas
na humanidade,inclusive nas
repúblicas modernas,que são mais
monárquicas do que muitas
monarquias.
Hoje,no mundo,a
percepção é de que o que
deve predominar é
a soberania popular.Não
é em todos
os lugares que isto
acontece,mas mesmo em teocracias
como o Irã
o pragmatismo da
política considera este conceito
na hora de governar,embora nem sempre e
de forma manipulatória.
Uma das razões
da luta do
republicanismo clássico
contras as monarquias
do passado é que
a soberania popular protegia o
cidadão da pior
conseqüência do estabelecimento
de uma monarquia,qualquer uma
e depois mais
radicalmente,as de direito divino.Quando
estas monarquias foram
fincadas na História os
reis criaram sistemas
de suborno,repressão e
burocracias intocáveis para se proteger,ou melhor,proteger os
interesses particularísticos de
seus apoiadores,geralmente parcelas
de elites diminutas,mas endinheiradas , da sociedade.Este escudo
protetor se voltava
contra o povo nas horas
em que este
queria ser ouvido.Foi
assim na Revolução
Francesa,nas revoluções do
século XIX,do domingo
sangrento na Rússia e
assim sucessivamente.
Uma das
reações republicanas modernas foi
o princípio liberal
americano,segundo o qual o
cidadão não tem
nenhuma responsabilidade em
relação ao estado,podendo se negar
a servir ao exército,por exemplo,podendo se colocar em
armas contra este
estado republicano,invasivo.
Tirando o radicalismo
desta posição,que hoje
está um pouco amainada,de modo geral,na
média,o cidadão do mundo
moderno entende que o poder
emana do
povo e que este deve ser respeitado.
Não só a soberania popular predomina mas a idéia
de república,de estado de direito.Mesmo as
monarquias se submetem a estes
critérios republicanos.
Ainda me
lembro quando,na faculdade
de direito,fiquei chocado
com a expressão pelo
cientista político Paulo Bonavides,em
relação às monarquias
republicanas modernas.
Existem monarquias
que são mais republicanas de fato,do que as
repúblicas da América Latina.É assim com as monarquias da Europa do
norte,a república espanhola.A
monarquia inglesa é
discutível...
Tal não acontece
com a monarquia
no Brasil,na América
latina e na República
Siria,que parece ser
governada por uma família,pai e filho,uma
dinastia de fato,conceito que
entra em contradição
com o nome
república.
A
questão é evitar que
governos se prolonguem de modo a
evitar que se
formem aqueles escudos de repressão de que falei
e que surgiram nas antigas monarquias,mas que
permanecem nestas repúblicas
monárquicas(o termo é
meu...) de hoje(Chaves).
Certa vez
o extraordinário índio
zapoteca Benito Juárez,republicano fundador do estado
mexicano moderno,confrontado por
seu auxiliar Porfírio
Diaz(futuro ditador do México)que
queria que ele se
tornasse um ditador,deu
uma lição de republicanismo.
O México tinha
sido invadido pelo
Imperador austríaco Maximiliano,e
Juárez e Diaz lutavam
contra esta imposição
monárquica.Quando Diaz aconselhou a
Juárez a se tornar uma
espécie de Imperador,Juárez disse,e
isto é válido
hoje:”perceba Diaz que a
republica e a monarquia são
diferentes:na monarquia quando
o governante erra ele muda
o povo;na república,com a
divisão que lhe é
característica ,quando o governante
erra ,o povo
o muda”.
Algumas repúblicas
modernas repetem os erros das
monarquias,porque famílias de
governantes ficam no poder
indefinidamente,construindo através da
corrupção,um poder,que quando o
povo não mais
quiser não terá como
mudar,a não ser
pela violência e
aí os governantes fazem o que sempre
vemos,a sua destruição.
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