Quando Darcy Ribeiro
voltou esperando morrer de câncer
no seu país,ele tomou conhecimento,depois
de superar o problema(ainda
bem!)desta questão da implantação da pós-graduação no Brasil.
Ainda muito
abalado ele fez alguns
comentários a favor
do modelo.Mas com o tempo ficou claro que este tipo de profissionalização causava
os males a que me referi no
artigo anterior,inclusive Darcy nunca deu aula nas universidades brasileiras e como Gilberto Freyre e tantos
outros ,ficou de fora,por picuinha
dos “ de dentro”.
Um país
que prescinde de professores
deste tipo não tem futuro!
Desde que o Estado
apareceu na humanidade ele sempre se sustentou com o trabalho de todos,principalmente dos “
de baixo”,chamados hoje de subalternos(Gramsci).Mas o Estado,para além das
inúmeras críticas justas que
sofreu ao longo da História,não tem como( e na maioria das
vezes não quer)absorver todas as pessoas
e criou,para justificar, a ideologia de
que todos os que são selecionados
para entrar nas
instituições,inclusive
universitárias,são os capazes
de fato.Isto gerou um
paroxismo da ideologia(como
consciência falsa)pelo qual os outros que estão fora não são capazes.E
mais ainda, a partir daí outras
ideologias ,raciais,sociais,de
classe,aprofundam esta
enxúndia de besteiras,que visa a
demover os excluídos e impedi-los de rebeldia.
A meu ver quem
percebeu esta realidade primeiro na História foi o anarquismo,entrevendo na realidade pura do estado os mecanismos ideológicos de convencimento dos outros quanto a
ser ele,Estado,a única medida
do saber e do poder.O
marxismo original foi por este caminho,mas com
a URSS,reinventou esta mentira,de modo a
lhe causar inveja.
Não é verdade que o estado seja esta medida.A religião cristã ajuda-o de forma soberba neste convencimento,mas não é verdade.O estado absorve o que é possível.Coopta o que
é possível,mas o que
acontece na sociedade
não passou,continua,permanece,como o seu fundamento último.
Então o cidadão comum,quando entra na escola deve saber que o conhecimento pode ser obtido fora da escola,sempre,porque é
dele.O estudo permanente,continuado,profissionaliza,capacita,
e a
inserção no
estado obedece a uma finalidade
somente ,que é a de cumprir tarefas coletivas prioritárias
que a sociedade através do sociedade
pede,mas que não são as únicas.
Se a Sociedade pede
profissionais de segurança,ela precisa
de indivíduos autônomos para inventar.Se
ela precisa de professores para
transmitir o conhecimento,precisa de liberdade
para que estes
mesmos indivíduos criem novas idéias sem preocupação
acadêmica,que geralmente,os poda,como
podou Darcy.
A separação entre a universidade brasileira e Darcy (e
Gilberto Freyre),expressa este tipo de problema,que continuaremos a analisar nos próximos artigos.
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