sábado, 13 de dezembro de 2014

Darcy Ribeiro a pós-graduação



Quando   Darcy  Ribeiro  voltou esperando morrer  de câncer no seu país,ele tomou conhecimento,depois   de superar o  problema(ainda bem!)desta  questão da implantação  da pós-graduação no  Brasil.
Ainda  muito  abalado ele fez alguns  comentários  a  favor  do  modelo.Mas com o  tempo ficou claro  que este tipo de profissionalização  causava  os males a que  me referi  no  artigo anterior,inclusive Darcy nunca deu aula  nas universidades  brasileiras e como Gilberto Freyre e tantos outros ,ficou  de fora,por  picuinha  dos     de dentro”.
Um  país  que  prescinde de  professores  deste  tipo não  tem futuro!
Desde  que o Estado  apareceu  na  humanidade ele  sempre se sustentou com o trabalho  de todos,principalmente  dos  “ de baixo”,chamados  hoje  de subalternos(Gramsci).Mas  o Estado,para além  das  inúmeras  críticas justas que sofreu  ao longo  da História,não tem como( e na maioria das vezes não  quer)absorver todas as  pessoas  e  criou,para justificar, a  ideologia de  que todos os que são selecionados  para   entrar  nas  instituições,inclusive  universitárias,são  os  capazes  de fato.Isto  gerou  um  paroxismo  da ideologia(como consciência  falsa)pelo  qual os outros  que estão fora não  são capazes.E  mais ainda, a partir daí outras  ideologias ,raciais,sociais,de  classe,aprofundam  esta enxúndia   de  besteiras,que visa  a  demover os  excluídos  e impedi-los de rebeldia.
A meu  ver quem  percebeu esta  realidade  primeiro na História  foi o anarquismo,entrevendo na  realidade pura do estado os  mecanismos ideológicos   de convencimento  dos outros quanto  a  ser  ele,Estado,a única  medida  do  saber  e  do poder.O marxismo  original foi por  este caminho,mas  com  a  URSS,reinventou esta mentira,de  modo  a lhe  causar inveja.
Não  é verdade que o estado  seja esta medida.A religião cristã ajuda-o  de forma soberba  neste convencimento,mas  não é verdade.O estado absorve  o que é possível.Coopta   o que é possível,mas  o  que  acontece  na  sociedade  não passou,continua,permanece,como o seu fundamento último.
Então  o cidadão comum,quando entra na  escola deve saber que  o conhecimento  pode ser obtido fora  da escola,sempre,porque  é  dele.O  estudo permanente,continuado,profissionaliza,capacita, e  a  inserção    no  estado obedece  a uma  finalidade  somente ,que  é  a de cumprir tarefas coletivas prioritárias que a sociedade através  do sociedade pede,mas que não são as únicas.
Se a Sociedade pede profissionais de segurança,ela precisa  de indivíduos autônomos para inventar.Se  ela precisa de professores  para transmitir  o conhecimento,precisa  de liberdade  para  que  estes  mesmos indivíduos  criem  novas idéias sem  preocupação  acadêmica,que geralmente,os  poda,como podou  Darcy.
A  separação entre a  universidade brasileira e  Darcy (e  Gilberto Freyre),expressa este tipo de problema,que continuaremos  a analisar nos  próximos artigos.



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