terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Conservadorismo



O  segundo  mandato  de Dilma  começou  como  era  esperado:igual  como  seria se  o  outro  candidato  tivesse ganho.Teríamos  que  aumentar  os  juros  e  ficar  correndo  atrás de  conservadores  e  de  uma  estratégia  ortodoxa  para  colocar a  economia  nos  trilhos  ,do  único  jeito  que  os  políticos  sabem,que  é  reduzir  as  despesas  sociais  e aumentar  tributos.É neste  rame-rame  que estamos no  mundo  todo  desde  1930 e  no  Brasil  quando  as  questões  políticas desaparecem diante  da  falta  de  propostas  ,a  solução  Sarney  vem  em  socorro  da vacuidade,trazendo  à  baila  a  economia,o drama anunciado  da inflação e assim  por  diante.
O  fato  é  que  era  tudo  anunciado.Era  claro  que  os  juros  teriam  que  aumentar,que  as  contradições entre  o  capital e  as necessidades  sociais  iam  se  aguçar e  assim  sucessivamente.
Muita  gente  ficou  impressionada  porque   a Dilma  sumiu logo  depois  de  eleita,mas  não  tinha  jeito,a  pressão  ia  ser  enorme e  ela  precisou  desqualificar  o imenso  poder  que  adquiriu  ,porque  senão  muitas  propostas  apareceriam,inclusive  a  de um terceiro  mandato,que  ,na  minha  opinião,se  se viabilizar,vai  criar as  condições  para  um golpe.
Eu  queria  analisar  neste  artigo  as  inúmeras  possibilidades  trágicas  que  esta    translação” para a  direita  pode  causar.
Eu    preconizara  a  tarefa de  Aécio de tornar  o PSDB  mais centro-esquerda  para  evitar  a  guinada,mas tudo  pode  acontecer,inclusive  ele  aceitá-la,como  boa  situação  para  ele.
Mas  quem,como  eu  ,se preocupa  com  o  Brasil,toda  a  hegemonia  desta  política conservadora pós-eleição é  assustadora,na medida  em que fomos desde  os  pedidos  de golpe  até  a  escolha  de um  homem  dos  bancos  para  ser  ministro,algo  impensável  para  quem tem  uma  visão conseqüente (eu  acho)da esquerda.
Eu  penso  que  todo  o  núcleo  da  questão  está  na vacuidade  desta  hegemonia e na presença  dos  radicais  na cena brasileira.
De  um lado  os bancos,apoiados por  uma  suposta  esquerda  e  de outro  o  problema  de 64  opondo  ex-guerrilheiros e a comunidade  repressiva.
Quando  o  delegado  Sérgio  Guerra depôs    algum tempo  atrás,ele  disse que  toda  esta  comunidade de informações estava intacta,querendo  revelar  segredos desde  que  todo  este  processo  de revisão da lei de anistia  terminasse.
Como esta  comunidade  de informações  é  constituída  de pessoas  ,digamos ,influentes e  já idosas ,a  proximidade  do  fim,com a vitória  dos  guerrilheiros,no entender  deles,pode  suscitar  uma  justificativa para  se adiantar e  provocar  algo  muito sério,parecido  com  64.
A guinada  conservadora  que  eu vejo ,patrocinada por  um ex-partido de esquerda  que  trouxe  de  volta  a inflação,tem  tudo  para  ou  levar  o Brasil  para  a resignação ou  para  o desespero  que esta  provoca,porque  os  programas sociais,se  não   acabarem ,terão  que  ser  sustentados  por  tributos  que  não  agradarão  à  classe  média  de Aécio e  para evitar  isto  estes  programas  podem correr  risco.Mas  nesta  gangorra,a  dúvida é  um  mau  conselheiro  nas  próximas  eleições.
Ninguém  vence  Aécio,então  ou Lula  ou Dilma  terão  que  concorrer.Dilma  é golpe.Ou o  PSDB  é  cooptado,o  que  acho  difícil,ou  Lula concorre,radicalizando um PT  mais  livre e  aí o  confronto  tem tudo  para  se fazer.
De  qualquer  forma  o  Brasil  está  mal.

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