sábado, 1 de novembro de 2014

Razões para a derrota



O  que  aconteceu  em  Minas  Gerais  e  que  parece  ter  sido  a maior  causa  da  derrota de Aécio  no  pleito presidencial  foi  o  de sempre:como  Juscelino  em  60,Aécio   partiu  para  esta  disputa  querendo  evitar  que  alguém  que  lhe  fizesse  sombra  ficasse  em  Minas  Gerais.
Como  Juscelino  pensara e  como  manda  o  receituário  mesquinho  da  política  brasileira,era  preciso  evitar  que  ,ao  sair  do  governo  em  1960,ficasse  alguém  forte  na  presidência ,por  isso,em  vez  de  apoiar  Lott,indiretamente,deixou tudo   na  mão de Jânio,aparentemente  mais  manipulável e  menos  perigoso...
Mas  não    em  nível  federal que pensou  Juscelino.No  nível  estadual,em vez  de  apoiar  Tancredo  Neves,candidato  do  seu  partido,apoiou(indiretamente)Magalhães  Pinto,que  desencadeou  o  golpe de  64,que  o  cassou  logo  depois.
Ao  colocar  em  Minas  um candidato  anódino,um  placebo,o  mesmo  não  pegou no  breu  e  isto  claramente  favoreceu  Dilma,que  ganhou  lá,um escândalo  de estratégia  como  nunca  se  viu,mas  que  não  é  novo,como  demonstramos.
A política  no  Brasil  é sempre  feita  em  nome  pessoal.Não  digo  que  isto  tenha acontecido  agora na  Minas  Gerais  de Aécio,que  ficou  com  o  PT,mas de  modo  geral,os  políticos  temem  eventuais  sombras.
Todo  candidato  que  entra  num  partido  é  tutelado  por  alguém  para  subir,  sendo  sempre  um “  garoto(a)  de ouro”.Quando  o    garoto(a)de  ouro”  senta  numa cadeira  institucional,qualquer  que  seja,encontra  nas  necessidades de  governo  uma  justificativa  para  abandonar  o  seu  mentor  de outrora,isto é,de trair.
Este  é  o  medo  do  mentor.Do  padrinho,digamos.Quem  melhor  resolvia  esta  questão  era  Lacerda  ,que  tinha auxiliares  profissionais.Os  únicos  que  eram  técnicos e  alcançaram  projeção  na  política  sem  atingir  o chefe,foram  Sandra  Cavalcanti  e Rafael de Almeida  Magalhães.
Do  lado  oposto,o  campeão de erros  foi  Brizola,que  apaniguou  Marcelo Alencar,César  Maia e Garotinho,que  quando  adquiriram  capacidade de vôo  próprio,bateram  de frente  com ele.A tal  ponto  isto  teve  consequências sobre  o  trabalhismo,que  na  eleição estadual  de 86  Brizola  colocou  como  candidato  alguém  que  não  tinha  vocação  nenhuma  para o  executivo:Darci  Ribeiro.Talvez  Brizola  preferisse  que  ele  perdesse,para  continuar  como  líder  inconteste  deste  movimento.
Mas  isto  vale,mutatis  mutandi  para  Aécio.Ao  agir  pragmaticamente  ele  comprometeu   a sua  eleição  de modo absoluto, mostrando  que  nestes  novos  tempos  do  Brasil ,desejados  por  todos,em que  as  mudanças  são essenciais,os programas  também,o  pragmatismo  não tem  mais  lugar  e deve  ser  superado.

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