Hegel afirmava
que no auge do
desenvolvimento de uma tendência
,era este o momento propicio
para ela começar
cair.
Todos
comemoraram o fato
de a nossa
democracia ter atingido um ponto
que nunca tivera antes.Por
isto mesmo e pelas coisas que tenho dito aqui,vejo
enorme perigo nestes próximos quatro anos e na eleição
de 2018,porque ela pode significar uma base inicial para a sua consolidação definitiva,ou...para cair.
Já falei
antes,em passent,sobre isto,mas diante
das manifestações francamente
de direita que tem acontecido,pedindo
abertamente a intervenção militar,não
posso deixar de aprofundar o tema.
Antes que alguém aí
diga que isto não tem
importância,que eu estou
fazendo alarde por interesse pessoal e,no
fundo,repercutindo a direita,como
ela quer,eu digo que
quem conhece história do Brasil sabe que
não se deve subestimar movimentos deste
tipo.
A história
é conseqüencial.Os próximos passos
podem significar arrefecimento destes
arroubos e assim espero,mas
enquanto eles estão aí é preciso analisá-los e se
preparar para eventualidades.
Ninguém vai
negar que existe uma contraposição,provocada por
ambos os lados,o
do PT e o do
PSDB.Grande parte da culpa da dificuldade em
fazer o referendum ou plebiscito
é do PT ,que vem agindo,embora negue,por
dentro do estado,numa
postura semelhante ao
chavismo.Tal semelhança
serve de espantalho para a
direita,que vem aterrorizando com a possibilidade de golpe.O plebiscito como norma constitucional brasileira é
enfraquecido por estas duas
ações,do PT e da
direita,mas a iniciativa
errada é do
PT,que dá a entender que o plebiscito legitimaria mais o
seu governo do que a vontade do povo,e,no
final das contas,isto tudo enfraquece a
constituição.Forças externas e internas
desmoralizam o estado de
direito brasileiro.
Ocorre que há
muitos anos,desde que Alckmin adquiriu força no PSDB,este partido vem pendendo mais e mais para a direita,o
que reforça a chance de confronto.O discurso pós-eleição de
Aécio foi muito pouco produtivo em desautorizar um
terceiro turno ou uma
desqualificação da vitória de Dilma.
Não
acredito que Aécio
pense numa
desestabilização,num golpe,mas há que
ver que o PSDB tem revelado uma
omissão muito grande quanto à
defesa da democracia,de vez que quer apenas ser
uma alternativa de
governo,quando,na verdade,deveria se portar
como alternativa institucional,diante do continuísmo.
Não ficou bem
claro para ninguém o que o
PSDB entende por
mudança.Aécio ficou o tempo todo dizendo que
manteria o bolsa-família,na
defensiva(outro erro que o levou à derrota).
O fato é
que dentro deste contexto de confrontação,insuflado pelos
dois lados,a falta de uma reforma
política joga sobre os partidos a tarefa de propor e fazer estas mudanças,mas se
eles permanecerem neste jogo,em vez
de orientar o processo político
para calmaria das resoluções,vamos colocar
gasolina para apagar o fogo.
Aécio se tornou
imbatível em 2018,com os candidatos que estão aí.Dilma,pela lei,não poderá se reeleger e
Temer e nenhum outro
peemedebista é páreo
para ele.
O chamado
lulopetismo,irresponsàvelmente,
desestabilizou Dilma,colocando a
volta de Lula no horizonte ou,pelo
menos,mantendo a sua influência excessiva.E o PSDB se colou à direita.
Aécio tem
que se lembrar de seu
avô e pensar que esta é
a hora de ,através
dos partidos colocar a
democracia num patamar mais seguro e
isto ele só conseguirá se colocar o
PSDB no
caminho certo da centro-esquerda,voltando com um
programa social mais moderno,alternativo
ao assistencialismo,que esta é a mudança
real que a sociedade quer.É acrescentar a classe
média ao processo
político-social.É novamente tentar recuperar
o projeto moderno da
social-democracia,que desde 1980 parecer ir ,mas não
vai.
Se ele
não ocupar o centro a
confrontação é inevitável,com conseqüências de risco
para a democracia.
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