segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Os ricos são maus ,os pobres são bons Teoria política moderna



Continuando a nossa análise sobre a modernidade também a política da esquerda não se apercebeu ainda de um fundamento muito antigo:que as classes não existem sozinhas,por si mesmas,mas relacionadas e que não só a luta de classes move a história mas a colaboração também,como já disse em outro artigo.Na democracia predomina este segundo aspecto e pensar e agir pelo critério da luta de classes cria distorções.Não há como exigir tributos dos ricos se num segundo momento a intenção é destruí-los.Como defender reforma agrária se a maioria do povo(não só os ricos) defende a propriedade . O radicalismo impede ,pela impossibilidade de suas metas,a consecução de metas populares realistas.Esta atitude tranca ou falseia a luta política atual,deslegitimando as conquistas, abrindo espaço para a força,os golpes de direita e de esquerda, ambos letais .Existem sempre  razões  mais do que éticas para agir dentro de uma lógica da verdade, democrática,de reconhecimento do outro de razão.
Não há alternativa  senão  dentro  deste  reconhecimento.Toda a tentativa  de resolver  os problemas sociais  a partir da luta de classes só redundaram  em violência   contra os  mais  desprotegidos,aqueles a  quem se pretendia   defender  e libertar.A  luta de classes só conduziu à  violência,só  a tornou finalidade.Na  esquerda isto é igual ao pensamento  do nacional  socialismo:conseguir tudo com violência,basta  uma justificativa,em  grande parte  emocional.
É falacioso,já  que falamos em  nacional-socialismo,dizer que  este  defendia  a conciliação  de classes.Hitler  falava  em conciliação de classes,na  Alemanha,mas usava um conceito racial  divisivo.Todo conceito divisivo  é perigoso,pois ele gera filhotes que comem os pais:ressentimento,ódio,violência,preconceito.
Nós temos que trabalhar,não oportunisticamente,não por  uma conciliação,um reconhecimento  crescente e  legítimo das necessidades da maioria,mas aí surge  um outro problema:o da nação.No  passado,a visão de cerco às classes altas,mesmo reconhecendo o papel finalístico da democracia,  gerou reações contra este movimento da maioria,porque estas ditas  classes se aliavam a poderes  externos ou  às classes médias  de  seu  país para barrá-lo.
Aconteceu no Brasil na  época de Getúlio e Jango.Aconteceu  com Allende.Então  a solução não é mais revolução nacional(nacional-socialismo),é pacto nacional.Reconhecimento  do papel transclassista da  nação,abandonado a idéia de que  nação é um conceito eminentemente burguês.
Primeiro será,pois,necessário,transformar  as   nações,para depois pensar  em  algo maior.

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