Depois de uma
boa intenção,que foi aceitar o
referendum,Dilma vem com uma proposta que eu não aceito,os conselhos populares.Conforme eu disse
no artigo anterior,se a
constituinte,o referendum e o plebiscito são legítimos,esta idéia,como está proposta,é também usurpação.Ela é
como um “ segundo
parlamento”.
O que eu sempre propus
foram órgãos de fiscalização e de agilização da relação povo/governo.Nós todos sabemos que as leis
feitas pelos parlamentares não
pegam.Para isto estes órgãos informariam
e criariam condições para
que o povo pudesse resolver seus problemas com
rapidez.
Existe o estatuto do idoso,que proíbe que
pessoas com determinada idade fiquem na rua,mas o que se vê é isto.Neste caso pessoas preparadas poderiam ir às cidades
e tirar estes excluídos da rua.Isto vale para outros problemas
nacionais e certos
órgãos da justiça já possuem
esta obrigação,sem cumpri-la.Outro dia eu
vi uma reportagem de um
menino jogado na
rua pela família,por ter AIDS e
ser homoafetivo.Ele está lá até hoje e o
ministério público não se
interessa em ver o caráter criminoso
desta conduta familiar.
Um conselho
popular não tem o direito,aí sim,de legislar no lugar dos deputados.Isto sim tem semelhança com o que
aconteceu(e acontece)na
Venezuela.Há nesta proposta um questionamento da representação,pela
democracia direta.
É como se cada
um de nós,indo fiscalizar a atuação
de nosso deputado,pudesse descer
as galerias dos parlamentos para
legislar.
Nesta proposta existe
uma idéia de ligação direta,deixando de lado a
necessária crítica
reformadora dos partidos e
nos induz a
pensar que esta ligação pode favorecer as
evidentes tendências autoritárias dos partidos em geral e dos
da base do governo em particular.
Quem quer entrar na política e não tem
dinheiro ou nome sabe
que é muito difícil e
que os partidos são
muito fechados,a começar pelo
fato de
que não há discussão nenhuma
dentro deles,valendo o princípio
de que
tudo vem de cima para baixo.
Se amanhã
houver uma ditadura
do executivo,os partidos
estão prontinhos para
aderir.
Parece que a Presidente Dilma joga uma no cravo
outra na ferradura,procurando
interagir com o congresso e depois
mostrando força,mas não há saída
sem o congresso,por pior e resistente
às mudanças que ele seja.
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