quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Má notícia:conselhos populares ou uma no cravo outra na ferradura



Depois  de uma  boa  intenção,que foi aceitar o referendum,Dilma vem com uma proposta que eu não aceito,os  conselhos populares.Conforme eu  disse  no artigo anterior,se  a constituinte,o referendum  e o  plebiscito são legítimos,esta  idéia,como está proposta,é também usurpação.Ela  é  como   um    segundo  parlamento”.
O que eu  sempre propus  foram  órgãos  de fiscalização e  de agilização da relação  povo/governo.Nós todos  sabemos que as  leis  feitas  pelos  parlamentares   não  pegam.Para  isto estes órgãos   informariam  e  criariam condições  para  que o povo pudesse  resolver seus  problemas com  rapidez.
Existe o  estatuto do idoso,que proíbe  que  pessoas com determinada  idade  fiquem na rua,mas o que se vê é  isto.Neste caso  pessoas preparadas poderiam ir  às cidades  e  tirar estes excluídos da  rua.Isto vale para outros problemas nacionais  e  certos  órgãos da justiça    possuem  esta  obrigação,sem  cumpri-la.Outro  dia  eu vi uma reportagem  de    um  menino  jogado  na  rua  pela  família,por ter  AIDS  e ser homoafetivo.Ele  está lá até hoje e  o  ministério público  não se interessa  em ver o caráter  criminoso  desta  conduta  familiar.
Um  conselho  popular  não tem o direito,aí  sim,de legislar no lugar dos deputados.Isto  sim   tem semelhança   com o que  aconteceu(e  acontece)na Venezuela.Há nesta proposta um questionamento da representação,pela democracia  direta.
É como se cada um de nós,indo fiscalizar a atuação  de  nosso deputado,pudesse  descer  as  galerias  dos parlamentos  para  legislar.
Nesta proposta existe uma idéia de ligação  direta,deixando   de lado a    necessária     crítica  reformadora dos  partidos    e  nos  induz  a  pensar  que esta ligação  pode favorecer  as  evidentes  tendências  autoritárias dos partidos em geral  e  dos da base do governo  em  particular.
Quem  quer  entrar  na política e não  tem  dinheiro  ou nome  sabe  que  é muito  difícil e  que  os partidos   são  muito  fechados,a começar pelo fato  de  que não  há discussão  nenhuma  dentro deles,valendo o  princípio de  que  tudo vem de cima  para baixo.
Se  amanhã  houver  uma  ditadura  do executivo,os partidos  estão  prontinhos  para  aderir.
Parece  que a Presidente Dilma joga  uma no cravo  outra na ferradura,procurando  interagir com  o congresso  e depois  mostrando  força,mas não     saída  sem o congresso,por pior  e  resistente  às mudanças  que  ele seja.

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