Estamos aí diante do segundo turno e precisamos
raciocinar bem,diante da possibilidade
que temos de criar ,depois de muitos anos,uma alternância de poder.Durante anos
a política sempre
se desenvolveu sem se preocupar
com este problema.Foram os descaminhos
do socialismo real que colocaram
a necessidade de alternância de
poder como meio de dinamizar a
democracia.Os totalitarismos provaram que
é um valor inestimável
poder tirar dos
governos governantes
ruins.Ou mesmo bons
não devem se perpetuar.
E a verdade é que
estamos diante de um
momento em que está
se fazendo o mesmo raciocínio
do passado.A continuidade
é a condição da mudança
social,dizem alguns.Como
Getúlio,só com quinze anos de governo,pelo menos ,se pode
mudar o Brasil,pensam alguns,principalmente à
esquerda.
Nunca
eu,pessoalmente,como parlamentarista,que já
disse que sou,fui
contra um tempo de mandato prorrogável como forma de garantir a
realização de programas de mudança
para o nosso
país.Contudo nós vemos
que a continuidade
é a mãe de todo o inchaço corrupto
dos governos.A continuidade se estrutura e cria as
condições para formas de chantagem
política,porque mais e mais os
governos continuístas precisam
subornar o congresso
para se manter no poder ,apesar de todo o desgaste,principalmente numa sociedade
cada vez mais
participativa.
O nosso
presidencialismo de coalizão sempre
faz com que o executivo
tenha que cooptar
o congresso e este exige em retorno ,benesses,para interagir
com os programas do executivo.
Então,nos dias
que correm ,temos que
fazer uma reflexão sobre estes governos
que ficam permanentemente por aí sem fazer
as mudanças sociais
que o povo exige.Muita gente
vai afirmar que
com 4 ou 5 anos de governo não é possível
mudar o Brasil,mas
podemos pensar da
seguinte maneira,como forma
de pressionar os políticos
e os partidos:se cada
partido ou governo elaborar um
programa e se todos pensarem em
políticas de Estado ,isto
é,levando em consideração os
temas fundamentais para o
Brasil,é possível que
cada governo,no seu tempo de mandato possa acrescentar
algo de progressista ao
Brasil.Dentro do espírito
republicano de que tem que haver uma
divisão permanente de poder,se
cada um cumpre a sua
parte,é possível evitar governos
longos,que não fazem
nada.Como aconteceu aqui no Rio de Janeiro,com Sérgio Cabral,que
depois de 10 anos de
governo,afirmou que a
deterioração da segurança
era causada por “dez anos de
descasos”.
Assim sendo,na
minha opinião,a palavra-de-ordem dos dias
atuais,das eleições atuais,importantíssimas,é alternância
de poder.
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