A alta dos juros,em
níveis estratosféricos,que
lembram antigos períodos
da nossa história,mostra como
eu tinha razão nos artigos
anteriores em que até
citei os
juros.Talvez haja uma certa irresponsabilidade do governo
de não fazer a alta no período das
eleições,por motivos óbvios.Isto é,manipulação eleitoral.
O fato
é que estamos
sim numa situação em
que é preciso evitar
um PIB pequeno e uma
inflação,principalmente
porque o governo
faz investimentos assistenciais
,que são só despesas.
Nunca defendi
ditadura do orçamento,fechar
a bica e não
fazer nada.Isto é inadmissível
notadamente em quem
tem uma visão social das
coisas.Mas perder o controle
do crescimento,a partir de
necessidades políticas imediatas(imediatistas),é um risco
terrível.
A minha análise
é a de sempre.O
PT teve que realizar um acordo com os conservadores e para
manter a ligação com o povo montou
este pacto com as classes
médias e mesmo com os setores
mais pobres.Não me venham
com esta história
de que o PMDB,como
representante deste conservadorismo político se
assusta com isso,muito pelo contrário.O Bolsa Família,o sistema d e
créditos para que as classes mais
baixas possam comprar,tudo isto é uma
forma de manipulação conservadora das necessidades reais das classes subalternas,através da
figura carismática de Lula,que,como eu já disse,ficou
refém por causa do mensalão.
O que ocorre,pois,é
um grande pacto
bamboleante,que repercute na
economia,a qual foi bombardeada por despesas
dos eventos esportivos.Acrescente-se
a dívida interna e os problemas
políticos.
Não estamos,de forma alguma,num
mar de tranqüilidade.O sucesso
também traz problemas.As exigências sobre
Dilma ficarão maiores,sem necessariamente haver legitimidade.
A proposta dos conselhos,parece
querer construir um governo paralelo,para setores supostamente
legítimos,deixando de lado ,outros.
Nesta
conjuntura,a reforma política vai adquirir
uma premência ainda maior e a
ação inicial da presidente Dilma,conduz a um desequilíbrio político que pode
prejudicar a elaboração
de reformas realmente
importantes para o povo,diante de um
congresso já muito sem vontade de largar
o osso.
O primeiro
movimento de Dilma também indica que
forçar o congresso a uma
reação torna-o mais
maleável,num segundo momento,a
uma cooptação,porque eu não acredito
que ela tenha a intenção de partir
para um confronto,tipo “dualidade de poderes”
de Lênin.
Isso seria
o caos,mas tenham certeza de que muita gente nas esquerdas joga com
isso.
Nós não temos que andar no
fio da navalha
não,temos que andar seguros e com consciência e
realizar uma reforma
política verdadeira,para os próximos anos,não para o
imediato.
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