sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Marina=Dilma?



Esta    boa  disputa  presidencial   nos  coloca  grandes  e  complexas  questões  próprias  de nosso  tempo  e de nosso  país,de nosso  passado e possibilidades  de futuro.A  questão  que  se me apresenta  é  da  semelhança  de Dilma e  de Marina nesta  eleição.Todo  mundo  tem  falado  sobre  a mudança  de Marina  e sobre a possibilidade  dela  não  ter  governabilidade,por  estar  isolada.
Na  verdade  ela não  enfrentará  um problema  diferente  daquele  enfrentado  por  Dilma  até  hoje.Desde o  mensalão  formou-se  um  grande esquema político,cujo  fiador  é  o  presidente Lula.Dilma,com duas  secretarias,em  sua  vida  política,desempenha  um papel   muito  adequado  neste esquemão,muito  limitado,quero  dizer.
O  fato dela  ter  subido  um  pouco  agora,depois  da também  subida de Marina ,por  se  apresentar  mais  sozinha,não  acaba com o que  eu estou  dizendo,porque  na  hora  de governar,se eleita,terá  que  ser  isto  o que  tem sido.
Ora,este  esquemão,por  conta  dos  erros de Lula e  do PT,se  tornou  a chave  para entender  a  governabilidade  no Brasil hoje  em dia  e quem  quer que  ganhe,terá  sempre  que  se adaptar.
O  Brasil depois  do mensalão  ficou  assim,como Lula  e Dilma:refém.Então  a  questão da  mudança ,em  relação  ao continuísmo  do  PT,se  dilui  diante  do  fato de que  todos  terão  que  se entender  com  esta  situação.Se  Marina  se eleger,todos  estes  problemas de mudança de  programa,isolamento  dentro  do PSB(porque  o PSB  não expõe  isto  agora,mas  ficou  insatisfeito  com o modo  como Marina  ascendeu à  condição de candidata) ,pouca  representação  a  seu  favor,vão  crescer à estratosfera  e  exigirão  de uma  presidenta  enfraquecida  a  aceitação  dos  critérios  do  esquema.
Então estamos  entre  o continuísmo e  a  fraqueza se este  embate dicotômico  prosseguir  e mesmo  a  alternativa  Aécio não  deixará  de seguir  o  roteiro  assim  traçado.
Escolher  o  novo  presidente  se tornou  pior  do  que  o  continuísmo,porque  a questão  não  é  uma  agenda  positiva do  povo  que  foi à  rua  se manifestar ,mas  optar  por aquele  caminho  menos  perigoso  para a  sociedade  brasileira.Isto,a  meu  ver,poderá  causar uma  grande  frustração e pior  ,uma  instabilidade  institucional  diante da instabilidade  programática  de uma  eventual Marina  como  vencedora.Uma  eventual  Dilma  é  o  continuísmo,o rame-rame,a  falta de mudanças  estruturais.
A verdade  é  que estamos  diante  do  continuísmo,do  predomínio  do  mesmo,da  falsa  política  brasileira  que  substitui a  representação  e o debate  pelos  conchavos,como  aconteceu  no  Rio de Janeiro,no caso  da CPI   dos Ônibus.Diante da  pressão  das manifestações  o  nada,a  morte  da política,diante de demandas mais e mais  graves e diante da também  falsa  percepção  de que  tudo  vai bem,a  política  sem  estadismo.A  morte  da política é  o perigo  à  frente.

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