Esta boa
disputa presidencial nos
coloca grandes e
complexas questões próprias
de nosso tempo e de nosso
país,de nosso passado e
possibilidades de futuro.A questão
que se me apresenta é da semelhança
de Dilma e de Marina nesta eleição.Todo
mundo tem falado
sobre a mudança de Marina
e sobre a possibilidade dela não
ter governabilidade,por estar
isolada.
Na verdade
ela não enfrentará um problema
diferente daquele enfrentado
por Dilma até
hoje.Desde o mensalão formou-se
um grande esquema político,cujo fiador
é o presidente Lula.Dilma,com duas secretarias,em sua
vida política,desempenha um papel
muito adequado neste esquemão,muito limitado,quero dizer.
O fato dela
ter subido um
pouco agora,depois da também
subida de Marina ,por se apresentar
mais sozinha,não acaba com o que eu estou
dizendo,porque na hora
de governar,se eleita,terá
que ser isto o
que tem sido.
Ora,este esquemão,por
conta dos erros de Lula e do PT,se
tornou a chave para entender
a governabilidade no Brasil hoje em dia
e quem quer que ganhe,terá
sempre que se adaptar.
O Brasil depois
do mensalão ficou assim,como Lula e Dilma:refém.Então a
questão da mudança ,em relação
ao continuísmo do PT,se
dilui diante do
fato de que todos terão
que se entender com
esta situação.Se Marina
se eleger,todos estes problemas de mudança de programa,isolamento dentro
do PSB(porque o PSB não expõe
isto agora,mas ficou
insatisfeito com o modo como Marina
ascendeu à condição de candidata)
,pouca representação a
seu favor,vão crescer à estratosfera e
exigirão de uma presidenta
enfraquecida a aceitação
dos critérios do
esquema.
Então
estamos entre o continuísmo e a
fraqueza se este embate
dicotômico prosseguir e mesmo
a alternativa Aécio não
deixará de seguir o
roteiro assim traçado.
Escolher o
novo presidente se tornou
pior do que o continuísmo,porque a questão
não é uma
agenda positiva do povo
que foi à rua se
manifestar ,mas optar por aquele
caminho menos perigoso
para a sociedade brasileira.Isto,a meu
ver,poderá causar uma grande
frustração e pior ,uma instabilidade
institucional diante da
instabilidade programática de uma
eventual Marina como vencedora.Uma
eventual Dilma é
o continuísmo,o rame-rame,a falta de mudanças estruturais.
A verdade é que
estamos diante do
continuísmo,do predomínio do
mesmo,da falsa política
brasileira que substitui a
representação e o debate pelos
conchavos,como aconteceu no Rio
de Janeiro,no caso da CPI dos
Ônibus.Diante da pressão das manifestações o
nada,a morte da política,diante de demandas mais e
mais graves e diante da também falsa
percepção de que tudo
vai bem,a política sem
estadismo.A morte da política é
o perigo à frente.
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