sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Voltando à vaca fria: Mudança de paradigma na História do Conhecimento



Vamos  continuar  o nosso  trabalho.O  artigo  de hoje  é  sobre  as revelações que têm sido feitas sobre o verdadeiro  papel   de alguns  cientistas e  inventores  famosos,nos últimos séculos.Eu vejo necessidade  de colocar este tema em pauta porque as minhas conclusões  são consentâneas e adequadas ao projeto deste  blog.
As  últimas pesquisas históricas demonstram que  a “ teoria do  campo  unificado”  de Einstein foi  só uma manobra antiética do  grande  sábio  para  se manter  na crista da onda das discussões  científicas.Mas esta teoria,desde  o início  ,foi contestada e tida  como  inviável.
 




Todos  sabem hoje  que Marconi  não  era  um cientista,mas um empresário,que  usou as invenções e descobertas de outros  para ganhar  dinheiro,fato  que se aplica,mutatis  mutandi,a Edison.Este último  foi realmente  um grande  inventor,mas no  final da vida se tornou mais que  tudo um empresário  e predatório.



O  que  é preciso  dizer é que ,com raras  exceções ,do século  XVIII  até  ao  final do XIX,se formou uma ética,dentro  do espírito progressista  do racionalismo oitocentista,segundo a  qual o  conhecimento é de todos,não devendo ser  posse  e propriedade de ninguém.
Quem  cristalizou e aprofundou  esta  ética,este cânon,foi,como já  disse  aqui , Julio  Verne,o  escritor  que inspirou ,por  exemplo(gol da Alemanha!35  minutos  do primeiro tempo e já  está  10  a zero!)o  nosso  Santos  Dumont,quem  nunca  patenteou as suas invenções  e distribuiu  o dinheiro gasto nos prêmios  entre  os seus  mecânicos  e colaboradores em geral.
Ocorre  que  no final do século XIX,com o surgimento de nações unificadas  novas como a Itália e a Alemanha e principalmente,depois da guerra  civil,os Estados Unidos,o  mercado capitalista  cresceu  assustadoramente,criando  possibilidades  de ganhos astronômicos  para  pessoas abnegadas,que  viviam ,às vezes,em situação econômica precária.
Mas  alguns,como Nicola  Tesla,mantiveram  este  critério de Júlio  Verne até  ao final,como o  citado  Santos  Dumont.Esta  discussão prosseguiu  no inicio  do século XX,notadamente  porque  as nações citadas e muitas  outras,como a França,perceberam que além dos ganhos astronômicos ,havia a conexão com o interesse nacional.
Santos  Dumont cumpriu uma missão deste tipo em relação à França,porque esta queria  barrar  o caminho de avanço tecnológico crescente de seu maior  rival na época:os Estados Unidos,pelo menos  na aeronáutica.
Contudo,embora na aeronáutica os Estados Unidos  tivessem ficado para trás(para retomar depois  a dianteira com as primeiras linhas aéreas),em outros setores  lideraram todo um esforço de superação da  ética de Júlio Verne  colocando  no lugar a lógica  do mercado,através de figuras  como Edison e Graham Bell.
O  primeiro ,para  atacar a invenção da corrente alternada,de Tesla,muito  mais  barata,realizou uma série de experiências falsas,matando inclusive animais,de modo a provar que este tipo de corrente era perigosa e não a dele,a  corrente contínua(que  prevalece até  hoje,exceto  nas hidrelétricas).
Graham Bell  foi beneficiado por  ter  usado  esta  conexão com os governos,no caso,o  governo  brasileiro,para  ocultar  que o italiano Meucci tinha chegado à invenção do telefone junto com ele.
 
O  caso,no entanto,mais  grave,foi o de Marconi;filho de um banqueiro,que já  tinha ,através de seu pai,contatos  com o governo italiano.Todas as invenções  de transmissão da voz,já tinham sido realizadas  por  outros cientistas  e inventores e ele os reuniu de forma a constituírem um aparato técnico  capaz de ser usado pelos  governos,principalmente o seu,o da Itália.Quer  dizer,se beneficiando do fato de que estes cientistas não tinham,segundo a ética do progresso,patenteado os seus inventos,ele  os fez,dando-os  como seus,se escudando nas  necessidades  do mercado associadas às da nação.
 
Hoje,na própria Itália,se atribui a primeira transmissão de voz a um padre  brasileiro,padre Landell,cujo  papel  comentaremos em outra  oportunidade.
Tendo  provado Marconi que era  factível  o sistema ,ele  o vendeu à marinha italiana e ficou ,da noite  para o dia,imensamente  rico e estas falsidades de sua  informação e formação bem como de seus  reais  interesses ficaram até aos dias de hoje.
Que lições  podemos tirar destes fatos?Que  o conhecimento não pode  ser  cooptado  por interesses absolutos,de um mercado,que depois estabelece quem pode acrescentar  mais progresso à humanidade;que o conhecimento,sendo de todos,não pode ficar na mão de poucos,que,às vezes,nem se interessam,por seu desenvolvimento ,mas só com os lucros,dentro da competição capitalista.
Guardadas as devidas  proporções  é o mesmo o que acontece hoje com o futebol(olhe ele aí-gol da Alemanha,não acabou  o primeiro tempo e já está  12  a zero):em nome  da continuidade da galinha dos  ovos  de ouro,da reprodução do capital,não é importante formar um craque,mas fazer dele  produto   vendável,antes até de jogar  futebol.O que acontece neste tipo de capitalismo moderno é a reificação  da pessoa,em novas formas,nem sonhadas  no século passado.
A informática quebrou um pouco este  sistema,quando  a Microsoft  foi inventada  numa  garagem,mas hoje ela cospe  no prato e é inimiga da liberdade individual de criar e inventar,que é condição do progresso democrático da ciência.
Óbvio  que existem necessidades  de controle,mas estas representam uma ética que não pode  passar por cima desta outra,que diz que o conhecimento é de todos,que  a alegria de conhecer deve partir e se endereçar  a todos e ao homem comum.

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