O trágico
acidente que vitimou
Eduardo Campos colocou
Marina Silva na
disputa presidencial,como muita
gente queria,desde o início.Mas
a sua ascensão a esta
condição também colocou
uma série de questões
no plano do quadro político das
eleições presidenciais,como já se
vê dos
dados do ibope.
Todos já
falam que num segundo turno
contra Dilma ela
venceria e eu vejo isto
como muito possível.Em
qualquer circunstância,hoje em dia,para
derrotar uma mulher
só outra...
Por isso
eu quero retornar
um pouco ao processo
de escolha do vice
no interior do PSB e
perguntar porque Erundina
não foi alçada
a este cargo como queriam
alguns s etores importantes do
partido.Para mim Erundina
é a maior cabeça
socialista do Brasil há muitos
anos.Ela tem o verdadeiro
programa socialista
,anti-exploração, e o demonstrou
quando prefeita de
São Paulo.
A alegação
destes setores era que Marina
não é do PSB e que era
preciso,apesar dela ter o direito
de ir à eleição,frisar o caráter
socialista da chapa.Frisar a
relação com o PSB sobretudo.
Estes setores ,a
meu ver,têm razão,na medida em que Marina
integra um movimento que tem muitos pontos
de contato com o socialismo,mas
que não é propriamente livre de
outras influências discutíveis,até religiosas,o que ,neste caso conflitaria
com o laicismo do PSB.
Marina corre o
risco de
fazer uma ventania com o
eleitorado brasileiro ,que não é ideológico e politizado,mas emocional e ela vai parecer
ter uma força,quando,na
verdade,pode chegar à presidência
,isolada.
O povo brasileiro,tocado pelo desastre
de aviação,vai transferir para uma
mulher este direito de
governar,mas isto tudo não apresenta
uma forte base
para um governo.
Marina acabará
por repetir a
situação de dependência de Dilma,esta última,em relação ao PT e à Lula.De quem Marina dependerá para
não se isolar?
Além do
mais,há um problema
aparentemente lateral,que contrasta
com os desejos de Marina de renovação
e alternatividade:alianças
estaduais com o PT de Lula.Acontece aqui
no Rio de Janeiro.Lindbergh é
apoiado pelos socialistas e por
Marina.Lindbergh quer fazer no Rio o que o PT e Dilma estão
fazendo no Brasil.Independente de qualquer crítica
ao que ocorre agora com o
governo Dilma,como explicar esta
aliança diante do projeto alternativo
nacional de Marina e o
PSB?
Só seria admissível uma
aliança estadual se fosse
necessário apoiar um programa local,mas
neste caso não há
como não perceber a influência
terrível ,de continuidade e falta
de alternativa que a
aliança representa.
Era imperativo
que Erundina fizesse parte
da chapa,ainda mais diante
desta situação,que eu considero
contraditória e enfraquecedora
para Marina ,sem dúvida alguma ,que
chegará à presidência tendo
que fazer os conchavos de
Dilma,com o PMDB,para governar.
Como os
partidos pequenos de esquerda,sem força,que vêm sendo
sistemáticamente cooptados pelo PT,para participar do “
Estado petista”,dá para imaginar
que deste jeito ,Marina e o PSB serão,de um jeito ou de outro cooptados
também.
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