quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Por que não Marina e Erundina?




O  trágico  acidente  que  vitimou  Eduardo  Campos  colocou  Marina  Silva  na  disputa  presidencial,como  muita  gente  queria,desde o  início.Mas  a sua  ascensão a  esta  condição  também  colocou  uma  série  de questões  no plano  do quadro político    das  eleições  presidenciais,como    se vê  dos  dados  do  ibope.
Todos    falam que  num segundo  turno  contra  Dilma  ela  venceria  e eu  vejo isto  como  muito possível.Em qualquer  circunstância,hoje  em dia,para  derrotar  uma  mulher    outra...
Por  isso  eu  quero  retornar  um pouco  ao  processo  de escolha  do  vice  no interior  do PSB e perguntar  porque  Erundina  não  foi  alçada  a este  cargo  como queriam  alguns s etores  importantes  do  partido.Para  mim  Erundina  é  a maior  cabeça  socialista  do Brasil há  muitos  anos.Ela  tem o  verdadeiro  programa  socialista ,anti-exploração,  e o  demonstrou  quando  prefeita  de  São  Paulo.
A  alegação  destes setores  era  que Marina  não é  do PSB e que  era  preciso,apesar  dela  ter o direito  de ir à  eleição,frisar  o caráter  socialista  da chapa.Frisar    a  relação  com o PSB  sobretudo.
Estes setores ,a meu ver,têm razão,na medida  em  que Marina  integra um  movimento  que tem muitos  pontos  de contato  com o socialismo,mas que não é propriamente livre  de outras  influências  discutíveis,até  religiosas,o que ,neste  caso  conflitaria  com o laicismo  do PSB.
Marina corre o risco  de  fazer uma ventania  com  o  eleitorado  brasileiro  ,que não é ideológico e politizado,mas  emocional e ela  vai parecer  ter uma  força,quando,na verdade,pode  chegar à presidência ,isolada.
O povo  brasileiro,tocado  pelo desastre  de aviação,vai  transferir  para uma  mulher  este  direito de  governar,mas isto  tudo  não apresenta  uma  forte  base  para um  governo.
Marina  acabará  por  repetir  a  situação  de dependência  de Dilma,esta última,em relação  ao PT e à Lula.De  quem Marina dependerá  para  não  se isolar?
Além  do  mais,há  um  problema  aparentemente  lateral,que  contrasta  com os desejos de Marina  de  renovação  e alternatividade:alianças  estaduais  com o PT  de Lula.Acontece  aqui  no  Rio de Janeiro.Lindbergh é apoiado pelos  socialistas  e por  Marina.Lindbergh  quer fazer  no  Rio  o que o PT e Dilma  estão  fazendo  no  Brasil.Independente de qualquer  crítica  ao que ocorre  agora  com o  governo  Dilma,como explicar  esta  aliança diante  do projeto  alternativo  nacional  de Marina  e  o PSB?
  seria admissível  uma  aliança  estadual se fosse necessário apoiar um programa  local,mas neste  caso  não há  como  não perceber a  influência  terrível ,de continuidade  e falta de alternativa  que  a  aliança  representa.
Era  imperativo  que Erundina  fizesse  parte  da chapa,ainda  mais  diante  desta  situação,que  eu considero  contraditória  e enfraquecedora para Marina  ,sem dúvida  alguma ,que  chegará  à presidência  tendo  que fazer os conchavos  de Dilma,com o PMDB,para  governar.
Como os partidos  pequenos  de esquerda,sem força,que vêm sendo sistemáticamente  cooptados  pelo PT,para participar  do  “ Estado  petista”,dá para  imaginar  que deste  jeito ,Marina  e o PSB serão,de um jeito ou de outro  cooptados  também.

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