Vendo o extraordinário documentário
sobre o nazismo," Arquitetura da Destruição",tive um insight
sobre este mundo em que nós vivemos hoje em dia,que não é muito diferente
daquele que gerou o movimento,um chavão que ainda,a meu vê,r serve.
Trata-se de um determinado momento do
filme em que se narra o modo muito peculiar,dito lá "
bizarro",de Hitler (e os fascistas em geral)de ver o mundo,a partir
de sua óptica,sem considerar o outro.
Hitler gostava de um autor ,que eu já citei por
aí,Karl May,o qual escrevera livros juvenis de aventuras em lugares
exóticos,que o autor não conhecia.
Hitler entendia que o vencedor,o
"superior",se impunha aos outros por suas qualidades,que o tornavam
invencível e que o reconhecimento,pelo povo alemão e demais congêneres arianos
,bastaria para garantir a vitória.O povo alemão perdeu a guerra por não
reconhecer esta verdade.Karl May provava
que sem ir nos locais e sem considerar outros povos bastava para o povo
superior vencer o outro,de vez que o fator decisivo estava nele mesmo,na sua
capacidade inata.
O capítulo mais importante do livro demoníaco de
Hitler," Mein Kampf",intitula-se " O Homem Forte é mais forte
quando está só".
Todos nós aprendemos de nossos pais que
o vencedor é aquele que vence o outro de forma ética,dentro da lei,da norma,da
moralidade.Hitler perverte este princípio afirmando neste capítulo que a força
do superior se mede e se confirma pela pura e simples supressão do
outro.Ele abre a porta do inferno,que todos os imperialistas tinham vergonha de
abrir,afirmando que a condição de manutenção de qualquer império é
destruir ou de algum modo inutilizar o dominado,que tem a mania de não
querer ser dominado.De suprimir o outro.estar
só torna-o o vencedor.
A verdade é que o mecanismo desta perversão está no
cientificismo do século XIX,em qualquer de suas modalidades.Seja a
concepção da raça ariana,seja a da dialética marxista.Segundo os
seus teóricos,a libertação está no fato do reconhecimento destas verdades
científicas,porque " objetivas" e traduzíveis em leis imutáveis.
O cientificismo do século XIX e seus respectivos
totalitarismos,são como aquele pai ou mentor que diz ao filho ou
tutelado:" se você seguir o que a ciência diz e que eu trouxe para você
conseguirá tudo e eu serei o responsável pelo seu sucesso,você me
deve.Mas se não será um fracassado e a culpa é toda sua."
Existem duas frases que ilustram este
comportamento perverso tanto do nazismo quanto do
stalinismo.Respectivamente:"[no final da guerra diz Hitler]o povo alemão
não está à altura do que eu fiz por ele";"quando o socialismo
soviético faz sucesso o mérito é dele,mas quando fracassa é porque houve
sabotagem"(tirado do livro “A grande conspiração”).
Hoje em dia vivemos na mesma mediania perversa e
boçal quando as relações se constituem do dia para a noite ou se desfazem no
mesmo ritmo e quando o preconceito contra pessoas se faz presente em letras
ofensivas à raça branca ,identificada com playboys e assim por diante.
O totalitarismo ainda não foi superado.
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