quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Um modo especial de ver

Vendo  o extraordinário  documentário sobre  o nazismo," Arquitetura da Destruição",tive um insight sobre este mundo em que nós vivemos hoje em dia,que não é muito diferente daquele que gerou o movimento,um chavão que ainda,a meu vê,r serve.
Trata-se  de um determinado momento do filme  em que se narra o modo muito peculiar,dito lá " bizarro",de Hitler (e os fascistas em geral)de ver o mundo,a  partir de  sua óptica,sem considerar o outro.
Hitler gostava de um autor ,que eu já citei por aí,Karl May,o qual escrevera livros juvenis de aventuras em lugares exóticos,que o autor não conhecia.
Hitler entendia  que o vencedor,o "superior",se impunha aos outros por suas qualidades,que o tornavam invencível e que o reconhecimento,pelo povo alemão e demais congêneres arianos ,bastaria para garantir a vitória.O povo alemão perdeu a guerra por não reconhecer esta verdade.Karl May  provava que sem ir nos locais e sem considerar outros povos bastava para o povo superior vencer o outro,de vez que o fator decisivo estava nele mesmo,na sua capacidade inata.
O capítulo mais importante do livro demoníaco de Hitler," Mein Kampf",intitula-se " O Homem Forte é mais forte quando está só".
Todos nós aprendemos de  nossos  pais que o vencedor é aquele que vence o outro de forma ética,dentro da lei,da norma,da moralidade.Hitler perverte este princípio afirmando neste capítulo que a força do superior se mede e  se confirma pela pura e simples supressão do outro.Ele abre a porta do inferno,que todos os imperialistas tinham vergonha de abrir,afirmando que a condição de manutenção de qualquer  império é destruir ou de algum modo inutilizar o dominado,que tem  a mania de não querer ser dominado.De suprimir o outro.estar  só torna-o  o vencedor.
A verdade é que o mecanismo desta perversão está no cientificismo do século XIX,em qualquer de suas modalidades.Seja  a concepção  da raça  ariana,seja a da dialética marxista.Segundo os seus teóricos,a libertação está no fato do reconhecimento destas verdades científicas,porque " objetivas" e traduzíveis em leis imutáveis.
O cientificismo do século XIX e seus respectivos totalitarismos,são como aquele pai ou mentor que diz ao filho ou tutelado:" se você seguir o que a ciência diz e que eu trouxe para você conseguirá tudo  e eu serei o responsável pelo seu sucesso,você me deve.Mas se não será um fracassado e a culpa é toda sua."
Existem duas frases  que ilustram este comportamento perverso tanto do nazismo quanto do stalinismo.Respectivamente:"[no final da guerra diz Hitler]o povo alemão não está à altura do que eu fiz por ele";"quando o socialismo soviético faz sucesso o mérito é dele,mas quando fracassa é porque houve sabotagem"(tirado do livro “A grande conspiração”).
Hoje em dia vivemos na mesma mediania perversa e boçal quando as relações se constituem do dia para a noite ou se desfazem no mesmo ritmo e quando o preconceito contra pessoas se faz presente em letras ofensivas à raça branca ,identificada com playboys e assim por diante.
O totalitarismo ainda não foi  superado.


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