sábado, 14 de dezembro de 2013

Aprofundando a questão da homofobia e do sexismo

Aprofundando  um artigo anterior   sobre  o tema da homofobia,quero dizer que    quem  criou  o sexismo  foi a aristocracia   na Idade Média com  o apoio   da Igreja Católica.Para  fins  de manipulação  das famílias e  preservação de propriedades    dentro delas,dentro das linhagens, estas duas classes  inventaram este esquema  que acabou com o aspecto mais íntimo da luta pela liberdade:a liberdade para  amar com  liberdade,a intimidade  do  amor,sem   condicionamentos.A burguesia,quando cresceu  ,imitou  este  esquema e por  sua vez  foi imitada pela pequena burguesia,os emergentes   de hoje.
Quando  Engels ,no  século XIX,escreveu  sobre o amor livre   afirmou  uma verdade para  todos os  movimentos libertários   neste sentido:o amor livre é  aquele em  que a intimidade  é preservada,em que a vontade  dos  pais,ou  de  quem quer que seja,não tem importância  e  que  não hajam condicionamentos  econômicos  que interfiram  no amor.Faz parte da luta por uma sociedade justa  esta luta,que na verdade,é uma medida  do seu  sucesso geral ,porque quando  a liberdade da e na intimidade estão presentes pode se ver o grau de  maturidade de um povo e de uma sociedade.
Até hoje é difícil se achar uma  sociedade   assim.Talvez nos países nórdicos ou em outros lugares,talvez no Taiti  ou em   algumas   tabas  indígenas brasileiras(....)não sei.
Por enquanto,nos dias que correm,este critério serve  para algumas pessoas felizardas (e lutadoras)e  como  referencial para a crítica de uma sociedade como  a nossa,ocidental(e oriental ô)em que a permissividade esconde uma repressão igual ou maior do  que a do passado  e em   que  a repressão  esconde um desejo inelutável de liberdade.
Foucault ,em seu  Vigiar e Punir,ressalta bem  isso:se as penas  infamantes  e cruéis acabaram,do ponto  de vista mental,psicológico e das técnicas de controle social(invasão da privacidade pelo mainstream),a  coisa ficou  a mesma ou piorou.
Mesmo os movimentos sociais  libertários,não raro,reproduzem esta   situação.
O  movimento  feminista não aproveita as  liberdades  que foram conquistadas   para aprofundá-las.Hoje s e coloca a contraposição  entre a liberdade  do corpo e a do trabalho,quando  na verdade,só quando a mulher tiver plena  liberdade de trabalhar  e ter o mesmo salário do homem poderá ampliar os direitos  do corpo.Identifica-se  a liberdade   do corpo com o aborto quando não é.A liberdade  do corpo  é o controle populacional,como  está dito  em "O Segundo Sexo",de Simone  de Beauvoir.A quantidade excessiva de filhos é uma  forma  tradicional  e arcaica  de controle  masculino  e social  do direito  de  ir e vir  da mulher.O  controle populacional   não é uma forma religiosa de controle da mulher.O  controle da Igreja é o não-sexo,o não-desejo da mulher,é a extinção do corpo(da mulher).
Igualmente o  movimento  LGBT deplora o explorador ,o homofóbico,mas ama o seu pênis,ama o poder e fica sempre  a meio caminho da crítica.Certo,por causa das mortes,o homofóbico  está saindo de cena,mas o movimento ainda busca um reconhecimento desta sociedade arcaica,que,como dissemos acima,criou o ódio  ao  diferente  pelas razões  aludidas(herança),quando  a maior contribuição do homoafetivo é cimentar de vez a liberdade  da intimidade,pelo direito  de escolha radical,pela escolha da afeição pura e simples,sem  referência no passado:o direito de escolher ser diferente.



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