A
verdade é que é inevitável a transição em Cuba.A grande tarefa dos povos
latino-americanos ,e porque não africanos, é assegurar que não aconteça em Cuba
aquilo que aconteceu em alguns países socialistas,em que a mudança de regime
foi usada por máfias para enriquecer e manipular de uma forma ainda mais feroz,
o povo.
Quando
o papa João Paulo II lá esteve ,na década de 90, pensei que Fidel iria
desencadear esta transição,mas não foi o que aconteceu,tudo foi usado para
manter o regime.Quando Fidel transferiu
o poder para seu irmão Raul,esperanças ficaram no ar.
Perdeu-se
uma oportunidade muito boa de não cair nos problemas de transição dos antigos
países socialistas.Em todos os processos de transição corre-se o risco de
determinados setores da sociedade,oportunistas,e com força,militar,ou mesmo
política(ou as duas juntas) tomarem o poder. A insistência em não fazer a
transição ajuda a ocorrência destes erros,porque o antigo regime decai cada vez
mais e os processos de sobrevivência destes etores se torna cada vez mais
forte.A transição se põe independentemente da melhor boa-vontade dos governos.O
uso da força só dá a medida da dificuldade.Nem se venha com esta história de
comparar com a China,porque lá houve uma abertura,ainda que econômica.
Cuba
está fechada no estatismo,e na ideologia do assistencialismo,que é melhor do
que o individualismo,mas igual a esta,cria distorções difíceis de superar e
cuja manutenção só aprofunda a necrose.
A
demora na transição degrada e na degradação outras soluções de força,quiçá mais perversas
,vicejam.
Na
Polônia,na Hungria,na Tchecoeslováquia,onde movimentos baseados fortemente na
sociedade civil este problema foi
evitado.Nas sociedades sem isso e com partidos comunistas mais autoritários (ainda),foi
o que se viu.
Lembrando
novamente a presença do papa João Paulo II,talvez fosse melhor fazer uma
transição só com a igreja católica e entregar o poder a ela,para que com seu
conservadorismo evite o retorno dos cassinos e da prostituição.Dentro de uma
escala de valores talvez tenha que se fazer esta concessão.
Mas
o pior de tudo é permitir que a direita,representada entre outros pela
blogueira Yoani,tome o leme,porque aí aquilo que a direita já tinha deixado em
Cuba antes de 59 voltará com mais força.
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