sábado, 14 de julho de 2012

O que é mudança.

O movimento ecológico não se identifica só com o Partido Verde.No entanto os Partidos Verdes pelo mundo expressam ainda um desejo de unificação da espécie em torno de bons ideais.Expressam a possibilidade  de  se construir esta unidade,são a mediação para isto.
Embora eu não seja contra as nações(sem elas não se pode falar em unidade da espécie humana),é preciso superar os resquícios primitivos do nacionalismo:as barreiras nacionais,a a xenofobia,estas coisas que estamos cansados de criticar.
O movimento põe o problema de que o planeta é assunto de todos e que,portanto,as nações,os governos,não podem colocar óbices à participação de todos,para além das fronteiras.
Se um alemão nos critica por usar trabalho escravo ,nós temos o direito de criticá-lo e ao seu país(bem como aos outros países)por depredarem o ambiente,poluindo-o,como acontece com os grandes países do G7 que se recusam  a diminuir o nível de crescimento industrial ,para não prejudicar aos seus países e supostamente às suas populações.
Mas quanto ao G7 é fácil de perceber as raízes históricas desta atitude.O que não é compreensível é que um país dito socialista,cantado em prosa e verso aqui no Brasil por certos restos radicais,defenda esta mesma atitude,alegando inclusive que se os outros fizeram ele deve fazer também ou tem o direito de fazer.
Uma coisa eu aprendi no processo revolucionário,que eu não defendo mais:se você quer mudar a sociedade você não pode ser igual a ela.
Se você é contra uma tirania não pode ser um tirano.
O movimento ecológico apresenta não só uma perspectiva consequente de internacionalismo,mas oferece uma ruptura com aquilo que está errado,no que eu considero ser a postura de mudança,quiçá revolucionária,num sentido amplo,real e verdadeira

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Atualização de Perfil

Volto aqui a este blog e ao contato com meus amigos para fazer,a bem da verdade,uma atualização de perfil,para que todos compreendam o meu corpo de valores políticos e pessoais que orientam as minhas postagens e intervenções aqui e em outros lugares.
Devo dizer que fui comunista grande parte da minha vida,comunista pró-soviético.Mas eu fui um comunista pós-56,isto é,pós revelação(pelos próprios comunistas),dos crimes de Stálin.O que caracteriza este período para um comunista sincero é a autoreforma do comunismo no sentido de incluir a democracia no processo de constituição da sociedade comunista.
Esta conexão não é,evidentemente,fácil,nem tranquila,mas complexa.Complexa no sentido de que muitas versões de que como isto deveria se dar apareceram.Para alguns a democracia seria um instrumento para se chegar ao comunismo o qual representaria a democracia verdadeira,superior.Para outros,a democracia tinha um valor universal,sendo meio e fim da atividade política,inclusive dos comunistas.No afã de cercar e acabar com o capitalismo e a exploração ,era necessário ampliar os espaços da democracia para que todos participassem dela definitivamente.
O meu pensamento se conecta com esta última visão.A democracia,no entanto,é preciso esclarecer,sendo meio e fim não é ,no seu entido formal,suficiente.Explico.A democracia não é só forma,não é só forma de participação,fundada no direito.A democracia é um regime de governo,uma forma de administração dos problemas da sociedade.Como tal ela não é o regime da conversa e do discurso ou das pessoas que querem se mostrar simplesmente,ela é o regime disto tudo,orientado para a resolução destes problemas.
Quando faço estas afirmações muitos rebatem que eu estou na espera das ditaduras,porque se a democracia fracassa só a ditadura resolve os problemas.Eu teria ainda um " pé no monstro" do comunismo,que admitia  a " ditadura do proletariado" para chegar ao comunismo.
Não é bem assim.A democracia tende mais ao fracasso porque ela é deliberativa.Ela tenta resolver os graves problemas da sociedade deliberando,em sociedade,em sociedades populosas e complexas,o que frequentemente emperra e burocratiza esta " forma de governo".
Isto não significa que eu defenda a ditadura.Só digo que este é um perigo inevitável e permanente das democracias em todas as épocas e que no momento em que as demandas da sociedade não são reconhecidas por ela ,inevitavelmente,sem controle de ninguém,sobrevêem as ditaduras e as revoluções.
Mesmo a revolução russa,que os comunistas  dizem ser obra de Lênin,foi um fenômeno assim.
Eu apenas digo  isto: que ninguém controla esta possibilidade e que por isso a chance de salvar a democracia não é em cima da hora,mas agora,bem antes,conectando com ela as questões sociais e impedindo que o plenário da democracia seja para os políticos,para as pessoas,mas ,ao contrário,seja para o povo e suas demandas.
Como conclusão,não sou mais comunista neste sentido,me considero de esquerda e social democrata,mas isto é assunto para mais adiante.

sábado, 7 de julho de 2012

Cotidiano

Volto aqui para discutir uma questão que eu considero muito importante:o que é o principal da política?Para mim fazer política é discuti-la no cotidiano.Não é a eleição.Vamos entrar agora no período eleitoral e toda a discussão política vai ficar submetida aos interesses individuais dos políticos.No cotidiano,antes das eleições,tudo é preparação para a eleição.Muitos dirão:isto é normal,a política é isto mesmo,a eleição é que decide o futuro das pessoas.Absolutamente,o que muda um país é a capacidade de discussão permanente e consciente do povo no cotidiano.
Coloca-se frequentemente a culpa no povo por eleger maus políticos,mas a culpa não é do povo ,é dos partidos que não promovem as discussões no seu interior,não abrem este espaço e não escolhem bons políticos.
Os bons políticos vão nascer desta discussão e ela tem que ser feita dentro dos partidos.